A cofundadora da Binance, Yi He, disse que agora como co-CEO da exchange será a cara da comunidade e da cultura da exchange ao lado de Richard Teng, que tem uma atuação mais voltada ao lado de regulação e compliance.
“Eu, como Co-CEO, poderei continuar a cultura da Binance e, ao mesmo tempo, temos um CEO experiente em regulação, de modo que faremos uma ponte. Podemos traduzir nossa linguagem de tecnologia para a linguagem do regulador”, afirma a executiva.
Yi He foi anunciada co-CEO ao lado de Teng na quarta-feira (3) durante o evento Binance Blockchain Week, em Dubai. Teng está no cargo desde 2023, quando assumiu depois que o fundador da exchange e companheiro de Yi He, Changpeng Zhao, foi obrigado a largar o comando da companhia por um acordo firmado com o Departamento de Justiça dos Estados Unidos.
De acordo com Yi He, a ideia é que os dois possam se apoiar principalmente na tomada de decisões difíceis. A empresária considera que o futuro da corretora é se tornar uma espécie de Google dos criptoativos, indo além dos serviços de compra e venda de criptomoedas.
“As pessoas podem aprender na Binance Academy ou no Binance Square e também utilizar para pagamentos. As pessoas podem usar para diversas coisas, mas muitos vão continuar conhecendo apenas como exchange. É como o Google, que há muito tempo não é mais só uma ferramenta de buscas”, afirma.
Outro ponto que está no foco da empresa é o desenvolvimento das tecnologias de inteligência artificial. Yi He diz que está muito envolvida neste mercado, porque a tecnologia se tornou parte do dia-a-dia das pessoas.
“Temos agressivamente impulsionado nossos empregados a aprender como usar a IA. A IA agora é muito parecida com aprender como usar a internet lá em seu estágio inicial”, argumentou.
Yi He também comentou sobre como é ser mulher à frente de uma grande empresa de tecnologia, apontando que não há cavalheirismo no mundo corporativo. “Quando a gente vai abrir uma porta, as pessoas vão dizer que a mulher vai primeiro. Mas se essa é uma competição, ninguém vai dizer que a mulher vai primeiro. Ninguém vai te dar os clientes. Isso nunca acontece.”
Para a executiva, o mundo mudou rapidamente e as mulheres podem construir muito se investirem em aumentar suas habilidades profissionais e mantiverem um “mindset” aberto para tentar aquilo que parece inédito e impossível.
Ela apontou também que o ciclo de quatro anos de alta do bitcoin (BTC) com grandes correções de até 70% em seguida pode ser quebrado com uma maior penetração do capital institucional no mundo cripto. “A minha opinião é que o ciclo de 4 anos provavelmente vai começar a mudar, porque os players mudaram”, afirmou.
De acordo com ela, era inimiginável 12 anos atrás que um player institucional tradicional como a BlackRock se juntaria ao setor. A gestora possui o maior fundo negociado em bolsa (ETF) de bitcoin do mundo atualmente.
*O repórter viajou a Dubai a convite da Binance.
@jornaldemeriti – Aqui você fica por dentro de tudo.
Fala com a gente no WhatsApp: (21) 97914-2431
