O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta sexta-feira (7) que nenhum integrante do seu governo participará da cúpula do G20, o grupo das maiores economias do mundo, que será realizado em Joanesburgo, na África do Sul, entre 23 e 25 de novembro.  

“É uma vergonha total que a cúpula do G20 seja realizada na África do Sul. Africâneres (pessoas descendentes de colonos holandeses, bem como de imigrantes franceses e alemães) estão sendo mortos e massacrados, e suas terras e fazendas estão sendo confiscadas ilegalmente”, escreveu Trump na rede Truth Social.

“Nenhum representante do governo dos EUA participará enquanto essas violações dos direitos humanos continuarem. Aguardo ansiosamente a realização da cúpula do G20 de 2026 em Miami, na Flórida!”, afirmou o presidente americano.

Trump já havia anunciado que não participaria da cúpula do G20, mas agora descartou a presença de qualquer outro representante de Washington.

Numa visita do presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, à Casa Branca em maio, Trump o confrontou sobre o que chamou de “genocídio branco” no país africano – ou seja, perseguição e violência contra brancos.

Uma lei promulgada no início do ano por Ramaphosa permite a desapropriação de terras sem indenização em determinadas circunstâncias, como casos em que uma propriedade não está sendo utilizada e não há intenção de desenvolvê-la ou gerar lucros com ela.

O governo da África do Sul negou discriminação racial e alegou que a lei é necessária para promover o “acesso à terra de forma equitativa e justa”: segundo dados publicados pela agência Reuters à época da publicação da lei, apenas 4% das terras privadas no país pertenciam a negros, que representam quase 80% da população sul-africana.

Ramaphosa também negou que haja violência sistemática contra brancos no país.

Antes da reunião de maio, Trump já havia cortado a ajuda financeira à África do Sul e criado um programa de refúgio para acolher brancos sul-africanos, por meio do qual cerca de 400 pessoas já foram transferidas para os EUA, segundo a agência Associated Press.

Na semana passada, o governo Trump anunciou que, no ano fiscal que começou em 1º de outubro, restringirá o número de refugiados admitidos nos Estados Unidos a até 7,5 mil beneficiados (no período 2024-2025, o limite foi 125 mil, cota estabelecida pelo antecessor Joe Biden) e será dada prioridade a sul-africanos brancos.