A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) formou unanimidade para tornar réu o perito computacional Eduardo Tagliaferro pelos crimes de violação de sigilo funcional, coação no curso do processo e obstrução de Justiça, entre outros. A maioria havia sido formada no fim de semana.
A decisão foi tomada no plenário virtual do STF com os votos dos ministros Alexandre de Moraes, Cristiano Zanin, Cármen Lúcia e Flávio Dino.
Com a decisão, o perito passará a responder a um processo criminal e pode ser condenado a penas que, somadas, podem ultrapassar 20 anos de prisão.
São eles:
- Obstrução de investigação relacionada a organização criminosa: três a oito anos de prisão;
- Violação de sigilo funcional: seis meses a dois anos de prisão;
- Coação no curso do processo: um a quatro anos de prisão; e
- Tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito: quatro a oito anos de prisão
Tagliaferro denunciou perseguição de Moraes à direita
Eduardo Tagliaferro ganhou notoriedade após divulgar mensagens de grupos em que participava quando era assessor especial de combate à desinformação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), quando Alexandre de Moraes era presidente da Corte eleitoral.
As mensagens sugerem que o ministro determinava investigações com base em postagens de redes sociais, além de diligências paralelas aos processos.
O intuito, segundo Tagliaferro, era de perseguir políticos e influenciadores de direita. O caso ficou conhecido na imprensa como Vaza Toga. Em nota, o gabinete do ministro afirmou que todos os procedimentos tanto do TSE quanto do STF foram regulares, seguindo o devido processo legal e devidamente registrados nos autos.
Relembre o caso
Tagliaferro foi assessor de enfrentamento à desinformação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de agosto de 2022 a maio de 2023. A exoneração ocorreu após uma prisão em flagrante por suposta violência doméstica, em Caieiras (SP).
Após sair do cargo, o ex-assessor ganhou notoriedade ao divulgar mensagens de servidores do TSE e do STF. As mensagens sugerem que Moraes solicitaria investigações contra autoridades com base em postagens de redes sociais. Outra acusação é de que alguns procedimentos passariam do TSE ao STF de forma subterrânea, ou seja, sem passar pelos autos.
Moraes contesta: em nota, o gabinete do ministro no STF informou que todos os procedimentos foram regulares, seguindo o rito legal e com o devido registro nos autos.
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