No programa Última Análise desta quinta-feira (16), os convidados analisaram a primeira rodada de negociação entre Brasil e EUA, em busca de uma solução para o tarifaço. O encontro entre o secretário de Estado americano, Marco Rubio, e o chanceler brasileiro, Mauro Vieira, durou cerca de 1 hora e 15 minutos. O americano teria sido bastante objetivo e trouxe o nome de Alexandre de Moraes também à mesa. Ainda que a cúpula petista demonstre otimismo, a solução para o imbróglio parece incerta.

O professor da FGV Daniel Vargas explicou os três principais eixos das exigências americanas. Primeiro, ele cita que há uma evidente agenda de valores em curso, que aqui compreende a atuação do STF em relação à liberdade de expressão. Em segundo, a geopolítica global é determinante, especialmente diante da influência chinesa, que também é exercida sobre o Brasil. Por fim e, segundo Vargas, menos importante, vem a política econômica.

Em coletiva para a imprensa na capital americana, Vieira não deu muitos detalhes. Ele definiu a reunião como “muito construtiva” e focada nos “aspectos práticos” do problema da taxação dos EUA. O chanceler também afirmou que os presidentes Lula e Donald Trump devem se reunir em breve, sem mencionar data e local.

O escritor Francisco Escorsim é cético em relação às afirmações de Vieira. “Qualquer coisa que saia do lado brasileiro é, no final das contas, uma narrativa. É no lado americano que podemos entender um pouco mais da realidade”, ele explica.

Frei Chico: PT blinda irmão de Lula em CPMI

A maioria governista na CPMI, que investiga o escândalo do INSS, rejeitou a convocação de José Ferreira da Silva, ou Frei Chico, irmão de Lula e vice-presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados (SINDNAPI). Frei Chico é o atual diretor vice-presidente do órgão e conhecido por sua relação íntima com o governo petista.

“Das duas, uma: ou Frei Chico é um um dos diretores do sindicato e, portanto, responsável pelas decisões, ou é um ‘laranja’, que está na diretoria por razões obscuras. Seja qual for, ele é membro do sindicato e deveria ser convocado”, explica Escorsim.

O pedido pela convocação do irmão de Lula ganhou força após o relator da CPMI, deputado Alfredo Gaspar (União-AL), apresentar documentos da Controladoria-Geral da União (CGU), que apontam que o sindicato omitiu a presença de Frei Chico na direção da entidade, ao renovar um Acordo de Cooperação Técnica (ACT) com o INSS em 2023.

Escorsim apontou que a maior prova de que Frei Chico ter uma participação na ilicitude é a própria “blindagem” que o governo tem feito. “Pela magnitude do escândalo, é inevitável que apareça alguma coisa sobre seu envolvimento”, ele prevê.

“Baixo nível”: Lula critica Congresso Nacional

Lula atacou a atual legislatura do Congresso afirmando que o Poder Legislativo nunca teve uma “qualidade baixo nível” como tem agora. A dura crítica foi feita durante um evento oficial no Rio de Janeiro, com a presença do presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), citado nominalmente pelo petista. Após a fala, Motta disse que interpretou a declaração como uma crítica exclusiva para a extrema direita

“Um ato quase de humilhação para o presidente da Câmara, que representa uma instituição eleita pelo voto. Lula coloca Motta em uma posição imensamente desconfortável. Como se tornou natural um presidente da República fazer uma comunicação dessa?”, questionou Vargas.

O programa Última Análise faz parte do conteúdo jornalístico ao vivo da Gazeta do Povo, no YouTube. O horário de exibição é das 19h às 20h30, de segunda a sexta-feira. A proposta é discutir de forma racional, aprofundada e respeitosa alguns dos temas desafiadores para os rumos do país.