O PT divulgou nesta segunda (20) uma nova resolução que ataca o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), a direita e o presidente Donald Trump, dos Estados Unidos, e confirma que o principal objetivo político da legenda é garantir a reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2026. O documento, aprovado pela Executiva Nacional do partido, reforça o alinhamento entre o Planalto e o partido em torno do projeto de continuidade do atual governo.
O texto, que coincide com o anúncio da nomeação do deputado Guilherme Boulos (PSOL-SP) para a Secretaria-Geral da Presidência — pasta responsável pela articulação com movimentos sociais —, mostra que o partido já trabalha para a próxima disputa eleitoral. O PT se coloca como “pilar da democracia” e declara que a recondução de Lula ao cargo é a “tarefa número um” da sigla.
“A reeleição do presidente Lula é a tarefa número um do PT em 2026, condição fundamental para garantir a continuidade das transformações sociais, econômicas e democráticas, a consolidação da soberania nacional e a proteção dos direitos do povo brasileiro”, disse o partido na resolução.
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A nova resolução de 29 pontos mistura pautas econômicas, políticas e ideológicas, exaltando feitos do governo e atacando adversários. O partido celebra medidas como a taxação dos “super-ricos” e a ampliação da isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil, afirmando que são “passos concretos na reconstrução de um modelo tributário mais justo”.
O texto também atribui ao governo Lula as vitórias recentes no Congresso, como a rejeição da chamada PEC da Iminudade, e responsabiliza a “extrema direita” pela derrota da medida provisória que tratava da taxação das apostas esportivas. Em tom de confronto, o partido acusa o Legislativo de “atuar contra os interesses da maioria do povo brasileiro” e promete manter a mobilização “dentro e fora do Parlamento”.
“O PT realizará ampla mobilização e debate para a construção da unidade popular e do programa da vitória em 2026, em torno das bandeiras da democracia, da participação popular e da igualdade, da soberania nacional, da paz e da solidariedade internacional, e dos direitos das classes trabalhadoras e do povo”, pontua a legenda.
Em um dos trechos mais aguerridos, a resolução afirma que a condenação de Bolsonaro e de militares “representa uma vitória histórica do Estado Democrático de Direito”. O documento repete a versão de que houve “tentativa de golpe de Estado” e diz que “nunca mais aceitaremos aventuras autoritárias”.
“Essa condenação reafirma a soberania popular e o respeito à Constituição e à Justiça brasileira, e demonstra que ninguém está acima da lei. A história deve punir os golpistas e proteger a democracia”, disparou o partido.
O PT volta a responsabilizar o ex-presidente pelos “crimes cometidos durante a pandemia”, acusando-o de supostamente sabotar a vacinação contra a Covid-19, disseminar fake news e negligenciar a doença. O partido amplia o discurso, afirmando que o Brasil estaria sob ataques articulados pela “extrema direita internacional” e por “traidores da pátria” supostamente liderados por Bolsonaro, o filho Eduardo (PL-SP), o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), entre “outros representantes da direita brasileira”.
A resolução também inclui temas de política externa, nos quais o PT acusa o governo israelense de “genocídio do povo palestino em Gaza” e de descumprir o cessar-fogo. Ao mesmo tempo, o texto ataca os Estados Unidos e o presidente Donald Trump, alegando que suas ações militares na Venezuela seriam uma “grave violação da soberania do país”.
“Lutaremos incansavelmente no Parlamento, nas redes e nas ruas, em todos os fóruns internacionais e junto à sociedade, para desarticular o pacto entre a extrema direita fascista, neoliberal e antidemocrática, o governo Trump e setores da direita brasileira”, afirmou o partido.
Ainda na resolução, como pautas prioritárias do governo, o partido defende a redução da jornada de trabalho e o fim da escala 6×1, chamando o modelo atual de “sinônimo de exploração”, a “tarifa zero” no transporte público e a regulação das redes sociais como forma de “defesa da democracia”.
A resolução ainda orienta a militância a realizar atos no dia 8 de janeiro de 2026, data que o PT chama de “vitória da democracia e da resistência contra os ataques golpistas promovidos pelo bolsonarismo”.
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