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Presidente do STJ diz que “juiz falante” perde parte da legitimidade

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O presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministro Herman Benjamin, defendeu que magistrados devem adotar postura de contenção em suas relações com a imprensa e com o público. Para ele, um “juiz falante” tende a perder parte de sua legitimidade. 

“Acho que nós, juízes, temos que ser muito contidos. Juiz falante já perde um pouco da sua legitimidade”, disse em uma entrevista ao Poder360.

A declaração surge em um momento de crescente visibilidade do Poder Judiciário na mídia e nas redes sociais, onde juízes frequentemente comentam sobre casos sensíveis ou se expõem de forma intensa.

Segundo Benjamin, o silêncio ou a moderação confere ao magistrado a autoridade e imparcialidade, valores considerados tradicionais e essenciais na magistratura.

O presidente do STJ disse ainda que o diálogo de um presidente de tribunal com a sociedade deve ser uma exceção, e não a rotina, visando preservar a “neutralidade institucional” da Corte.

A fala de Benjamin sinaliza uma defesa de um Judiciário mais discreto, técnico e centrado na lei, distanciando-se do espetáculo midiático. A crítica à exposição dos magistrados ressoa no debate público sobre a politização judicial e a possível perda de credibilidade da Justiça.

Sobre a investigação sobre a suposta venda de sentenças, o ministro admitiu que, em uma Corte com mais de 5 mil servidores, pode haver “alguns poucos incapazes” de agir conforme os padrões éticos exigidos — e que o dano causado por esses poucos é “enorme”. 

Benjamin também defendeu os salários de juízes e afirmou que a remuneração deve ser compatível com a complexidade e qualidade da função, mesmo que o tema gere debate público. Ele reconheceu que a remuneração dos magistrados precisa ser condizente com a função e com o padrão de atuação profissional, para garantir a qualidade da Justiça — ainda que isso gere debate público.

Na mesma entrevista, Benjamin criticou a dificuldade que o STJ tem de refletir a diversidade da sociedade — há 33 ministros, mas apenas 2 negros e 6 mulheres. Isso, para ele, é responsabilidade da instituição. “No STF, os ministros podem imputar a culpa ao presidente [da República]. No Superior Tribunal da Justiça, somos nós que escolhemos”, disse.

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