O ministro da Defesa polonês, Władysław Kosiniak-Kamysz, anunciou nesta quinta-feira (6) um plano de treinamento militar para civis que capacitará 400 mil cidadãos no próximo ano, em meio ao crescente temor de uma guerra com a Rússia e seus aliados.
Em uma coletiva de imprensa, o ministro, juntamente ao Chefe do Estado-Maior das Forças Armadas da Polônia, General Wiesław Kukuła, classificou a iniciativa como o “maior programa de Defesa Civil da história da Polônia”, que terá como alvo cidadãos “de todas as idades”, incluindo alunos do ensino fundamental, porque, segundo o ministro, “todos nós, todos os cidadãos da República Polonesa, somos chamados à defesa, ninguém está isento disso”.
Neste ano, a Polônia se tornou o país da Otan que mais investe seu PIB em defesa. Além disso, o país europeu planeja expandir suas tropas em quase um terço na próxima década – atualmente há 216 mil militares atuando no Exército.
Segundo o governo, o treinamento envolve vários módulos e será lançado ainda neste mês como parte do plano “Em Prontidão”. No momento, a adesão não será obrigatória.
Um dos objetivos desse iniciativa é fornecer treinamento individual e coletivo para voluntários, reservistas e aqueles que aspiram a se tornarem soldados profissionais, bem como promover uma extensão para alunos do ensino fundamental e médio chamada “Educação com o Exército”.
O treinamento não apenas fornecerá habilidades de combate, mas também, no caso de menores, conhecimento sobre “ações de resistência, como se comportar e como encontrar lugares seguros” em caso de guerra.
A partir de 22 de novembro, qualquer polonês poderá se inscrever em cursos de treinamento por meio do aplicativo para celular mObywatel (Cidadão) e será convocado para comparecer a um dos 132 centros de treinamento administrados pelas Forças de Defesa Territorial ou pelo Comando Operacional das Forças Armadas.
“Só em novembro e dezembro, pretendemos treinar cerca de 20 mil pessoas individualmente, mas o número total, considerando todas as modalidades de treinamento, é de aproximadamente 100 mil”, disse o vice-ministro da Defesa, Cezary Tomczyk, na coletiva.
Embora o serviço militar seja nominalmente obrigatório na Polônia para jovens que completam 19 anos, sua aplicação na forma de recrutamento está suspensa.
Os jovens que atingem a idade indicada devem passar por uma “qualificação militar”, que não implica recrutamento direto, mas sim uma avaliação obrigatória da saúde física e mental, concluída com a designação de cada jovem para uma unidade na qual deverá integrar-se em caso de guerra.
Prevê-se que 235 mil pessoas sejam convocadas para testes de aptidão militar no próximo ano, incluindo homens nascidos em 2007 e mulheres nascidas entre 1999 e 2007 que possuam ou estejam cursando graduações úteis para o serviço militar, como medicina ou psicologia.
As pessoas que se voluntariaram para a avaliação também podem ser chamadas, e aquelas consideradas incapazes temporariamente são chamadas novamente 24 meses após a primeira avaliação.
Na convocatória de 2026, a maior até hoje, 200 mil jovens serão designados para corpos militares, mais de 30 mil para o serviço militar territorial e cerca de 4 mil para programas educacionais.
O anúncio surge depois da Polônia ser alvo de incursões russas em seu espaço aéreo.
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