Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) consultados pelo Valor avaliam que a conversa entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente americano Donald Trump coloca em dúvida a influência do deputado federal Eduardo Bolsonaro, que atua nos Estados Unidos para conseguir sanções a autoridades brasileiras.
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Eles também afirmam que Lula tem sido coerente quanto à defesa do Judiciário e que a negociação é o melhor meio para reverter sanções a autoridades.
Lula e Trump falaram por telefone na manhã desta segunda-feira (6). O presidente americano disse que foi uma “grande conversa” e que pode visitar o Brasil ou receber o petista nos Estados Unidos. “Tivemos uma grande conversa e vamos começar a fazer negócios [com o Brasil]”, afirmou a jornalistas na Casa Branca.
Para ministros do STF, Lula acertou ao apostar em negociações diplomáticas para tentar reverter as sanções. Também destacaram que o petista tem sido vocal na defesa da independência do Judiciário.
De acordo com eles, a conversa desta segunda mostra que Eduardo estaria mais isolado do que aparenta e que, sozinho, o deputado não é influente o suficiente para minar as relações entre o Brasil e os Estados Unidos.
Nas últimas semanas, ministros do STF passaram a discutir com o governo e com o Legislativo a possibilidade de aprovar uma lei “antiembargo”. O objetivo seria proteger autoridades e instituições brasileiras de sanções internacionais.
Como mostrou o Valor, no entanto, o governo decidiu apostar na retomada das negociações com os EUA antes de seguir com uma medida que poderia ser lida por autoridades americanas como uma retaliação. A conversa desta segunda faz parte desse esforço de retomar conversas para reverter punições a autoridades.
O telefonema entre Trump e Lula durou cerca de 30 minutos. Em publicação em sua rede social, a Truth Social, Trump classificou a conversa como “muito boa”. Segundo ele, ambos discutiram “muitas coisas”, mas o foco principal foi a economia. “Nossos países irão se sair muito bem juntos”, afirmou.
Eduardo minimizou a conversa. O parlamentar classificou como um “golaço” a escolha do secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, para conduzir as negociações sobre o tarifaço imposto ao Brasil. Segundo ele, Rubio “conhece bem a América Latina” e sabe como “funcionam os regimes totalitários da esquerda na região”.
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