As exportações brasileiras cresceram 7,2% em setembro, contra igual mês de 2024. Houve queda no valor embarcado aos EUA, mas a perda com os americanos foi compensada com altas nas vendas externas destinadas à China e à Argentina – e essa ajuda deve se manter ao menos no curto prazo, diz Ariane Benedito, economista-chefe do PicPay.
Segundo dados da balança comercial brasileira, divulgada nesta segunda-feira (6) pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex/Mdic), o superávit total foi de US$ 3 bilhões em setembro, resultado de US$ 30,5 bilhões em exportação e US$ 27,5 bilhões em importações. As exportações cresceram 7,2% contra igual mês de 2024 e as importações, 17,7%, influenciadas por desembarque atípico de plataforma de petróleo. Em setembro do ano passado, o superávit comercial foi de US$ 5,1 bilhões.
A desaceleração do superávit comercial já era esperada e essa é a tendência, quando se olha os dados de forma dessazonalizada, diz Benedito. “Isso pode ser explicado não só pelas questões com os Estados Unidos, que permanecem pressionadas por conta das tarifas recentemente impostas, o que limita parte do potencial exportador, mas também de atividade mais fraca.”
Houve em setembro, do lado negativo, diz, a queda nas exportações aos Estados Unidos, mas houve aspectos positivos, como nos embarques para a China, sustentados por commodities agrícolas e minerais, e também para os argentinos, como reflexo de normalização gradual da economia da Argentina. Isso, avalia, ajudou a dar um alívio para as exportações brasileiras.
Sem surpresas nas próximas medições
Pela ótica macroeconômica, pondera Benedito, há um sentimento um pouco negativo em relação à China e à Argentina. “Mas o que vem trazendo esse fôlego, de fato, é que essas duas economias, com as quais tendemos a ser pessimistas, estão ajudando a dissipar um pouco o efeito negativo com os Estados Unidos.”
Olhando os dados estreitamente de atividade, porém, avalia, mesmo excluindo o efeito do tarifaço americano, o cenário também é de desaceleração, com superávit menor. “Não devemos ter surpresas nas próximas medições. Os superávits devem ser menores, porém recorrentes, o que deve levar a um saldo de R$ 65 bilhões para o fechamento de 2025.”
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