O alto comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Türk, denunciou nesta terça-feira (16) o alistamento coercitivo de adolescentes nas chamadas Milícias Bolivarianas, vinculadas ao regime de Nicolás Maduro.
Segundo Türk, o Escritório das Nações Unidas para os Direitos Humanos recebeu denúncias de recrutamento forçado promovido por estruturas ligadas ao regime chavista, envolvendo adolescentes e também pessoas idosas. De acordo com o alto comissário, essa prática configura uma grave violação das normas internacionais de direitos humanos.
A ONU também apontou que o regime de Maduro incentiva denúncias entre cidadãos, estimulando que familiares, vizinhos e colegas sejam delatados por meio de aplicativos patrocinados pela ditadura. Segundo Türk, esse mecanismo alimenta o medo, a desconfiança e a autocensura na sociedade venezuelana.
Türk mencionou ainda que o Parlamento controlado pelo chavismo aprovou novas leis que ampliam os poderes do Executivo, sob a justificativa de combater ameaças externas. O conteúdo dessas normas, porém, não foi tornado público, o que, segundo o alto comissário, impede qualquer avaliação independente de sua compatibilidade com o direito internacional.
Ainda segundo o Escritório do Alto Comissariado, persistem na Venezuela casos de detenções arbitrárias, o uso de leis antiterrorismo com definições vagas e desaparecimentos forçados. Türk afirmou estar profundamente preocupado com as condições de detenção de opositores, descritas como precárias, com escassez de alimentos, falta de medicamentos e restrições às visitas de familiares.
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