O presidente Luiz Inácio Lula da Silva embarcou, na manhã desta terça-feira (21), à Ásia para participar de agendas na Indonésia e Malásia nos próximos dias. Com isso, a indicação do novo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) deve ficar apenas para seu retorno a Brasília, previsto para o começo da semana que vem.
De acordo com fontes, o chefe do Executivo não despachou com a área jurídica do Planalto antes da viagem. Isso significa, portanto, que a gestão petista não tem aval, por ora, para preparar qualquer processo burocrático de indicação ao STF.
Até o momento, o favorito para ser o indicado à vaga é o Advogado-Geral da União (AGU), Jorge Messias. Ele despontou como o mais forte para a vaga desde que o ministro Luís Roberto Barroso anunciou a antecipação de sua aposentadoria. O AGU se aproximou de Lula nos últimos anos e é um nome de confiança do petista.
Apesar da preferência de Lula, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), articulou nos últimos dias com lideranças da Casa para que seus pares fechem questão em torno da indicação do senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Interlocutores do Congresso destacam que Alcolumbre foi decisivo na aprovação do nome do ministro Flávio Dino para a vaga de Rosa Weber em dezembro de 2023. Na ocasião, Dino teve 47 votos e 31 contrários. Para ser aprovado, o nome escolhido por Lula precisa passar pelo Senado e ter o apoio de 41 senadores.
A viagem de Lula à Ásia será dividida em passagens pela Indonésia e Malásia. A ida à Indonésia terá caráter de visita de Estado, como forma de retribuir a vinda do presidente da Indonésia, Prabowo Subianto, ao Brasil, em julho deste ano. Por conta disso, haverá também eventos empresariais entre os dois países durante a visita do presidente. Diante dessa oportunidade, a comitiva brasileira terá a presença de 100 empresários nacionais, que foram convidados a acompanhar o chefe do Executivo a fim de estreitar as relações com investidores do país.
Após a passagem pela Indonésia, Lula seguirá na sexta-feira (24) para a Malásia, onde participará, pela primeira vez, da cúpula da Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean), em Kuala Lumpur. O convite para que Brasil esteja representado na reunião é inédito e se deve ao fato de que Lula descobriu conseguiu se aproximar do primeiro-ministro da Malásia, Anwar Ibrahim.
A Asean é um bloco com dez países e 680 milhões de habitantes, que tem experimentado crescimento econômico acelerado e rápida evolução tecnológica. Seu Produto Interno Bruto (PIB) agregado é de US$ 4 trilhões, o que representa a quarta economia do mundo, atrás de Estados Unidos, China e Japão.
Em outra frente, a agenda na Malásia também se mostrou uma oportunidade para que Lula e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, façam sua primeira agenda bilateral presencial. Isso porque ambos estarão em Kuala Lumpur no dia 26 de outubro, data que o próprio Itamaraty admite como “possível janela” para a reunião entre eles.
Nesta manhã, ao embarcar para a viagem, Lula disse, em publicação nas redes sociais, que as agendas previstas na Ásia são um importante passo para consolidar a presença do Brasil no cenário global, “ampliando as fronteiras do nosso comércio e nossas relações exteriores”. Até o retorno do chefe do Executivo, o vice-presidente Geraldo Alckmin assumirá a presidência.
@jornaldemeriti – Aqui você fica por dentro de tudo.
Fala com a gente no WhatsApp: (21) 97914-2431
