O papa Leão XIV celebrou, no fim da tarde desta quarta-feira (horário de Roma; início da tarde no Brasil), as Primeiras Vésperas da solenidade de Maria, Mãe de Deus – celebração de amanhã no calendário litúrgico católico – e o Te Deum, oração tradicionalmente rezada ao fim de cada ano civil, em agradecimento pelo ano transcorrido. Esta é a primeira celebração deste tipo presidida por Leão XIV, que foi eleito em maio de 2025 para suceder o papa Francisco, falecido em 21 de abril e recordado na homilia do pontífice.
Comentando as leituras bíblicas feitas durante a oração das Vésperas, Leão XIV fez um contraste entre os planos de Deus e os planos do mundo. O papa disse que há “um grande plano na história humana. Um plano misterioso, mas com um centro claro, como uma alta montanha iluminada pelo sol em meio a uma floresta densa”, e acrescentou: “sentimos em nosso tempo a necessidade de um plano sábio, bondoso e misericordioso, um plano livre e libertador, pacífico, fiel, como aquele que a Virgem Maria proclamou em seu cântico de louvor: ‘A sua misericórdia se estende de geração em geração / sobre aqueles que o temem’ (Lc 1,50)”.
Em contraposição, afirmou o pontífice, há “outros planos” que “envolvem o mundo”, mas que não passam de “estratégias que buscam conquistar mercados, territórios e esferas de influência. Estratégias armadas, disfarçadas de discursos hipócritas, proclamações ideológicas e falsos motivos religiosos”. Ainda citando o Magnificat, as palavras de Maria ao visitar sua prima Isabel, no fim os promotores desses planos, os soberbos e poderosos, serão derrotados enquanto os humildes serão exaltados.
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Jubileu termina em 6 de janeiro
Ainda seguindo o tema do plano divino, Leão XIV fez menção ao ano jubilar, iniciado no Natal de 2024 e que será encerrado em 6 de janeiro de 2026, solenidade da Epifania, com o fechamento da Porta Santa na Basílica de São Pedro. “O Jubileu é um grande sinal de um mundo novo, renovado e reconciliado segundo os planos de Deus. E neste plano a Providência reservou um lugar particular para esta cidade de Roma. Não por suas glórias ou seu poder, mas porque aqui Pedro, Paulo e tantos outros mártires derramaram seu sangue por Cristo. Por isso Roma é a cidade do Jubileu”, disse o papa.
O papa agradeceu especialmente a todos os envolvidos na organização do Jubileu e no acolhimento aos milhões de peregrinos que visitaram Roma ao longo de 2025, e recordou o papa Francisco, que convocou e abriu o ano jubilar. “Agradecemos a todos que trabalharam a serviço dos peregrinos, para que Roma fosse mais acolhedora. Um ano atrás, este era o desejo do querido papa Francisco. Queria que continuasse a sê-lo, e ainda mais depois deste tempo de graça. Que esta cidade, animada pela esperança cristã, possa estar a serviço de plano de amor de Deus para a família humana”, encerrou Leão XIV.
Papa terá reunião com todos os cardeais em 7 e 8 de janeiro
Após o encerramento do Jubileu, outro grande evento já está na agenda do papa, que convocou para os dias 7 e 8 de janeiro um consistório extraordinário – uma reunião com todos os cardeais do mundo que puderem ir a Roma –, em que serão discutidos temas como a sinodalidade, a governança da Igreja e a liturgia. Esta é a primeira reunião deste tipo desde 2015; Francisco convocou apenas dois consistórios extraordinários em seus 12 anos de pontificado, preferindo aconselhar-se com um grupo mais restrito de cardeais provenientes de várias regiões do mundo.
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