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Haddad diz que o grande problema do crime organizado é a infiltração na economia, política e magistratura | Brasil

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, alertou neste sábado (27) para o avanço do crime organizado sobre setores estruturados do Estado e da economia brasileira. Em entrevista ao podcast 3 Irmãos, ele afirmou que o nível de organizações criminosas permite que elas invadam espaços institucionais.

“O grande problema do crime que se organiza com esse grau de sofisticação é que ele começa a invadir os setores organizados da economia. Daqui a pouco, passa em um concurso alguém que estudou bastante, mas é ligado a esses caras. A política, a magistratura, a economia real, as finanças. O Estado vai ficando muito vulnerável”, disse o ministro.

Como resposta a esse cenário, Haddad voltou a falar sobre a criação de uma delegacia de combate ao crime organizado dentro da Receita Federal. Na quinta-feira (25), o ministro anunciou a medida, em pronunciamento sobre a Operação Spare, que desmantelou um esquema de fraude e de lavagem de dinheiro no setor de combustíveis, que movimentou R$ 4,5 bilhões em cinco anos, praticamente sem pagar tributos.

Segundo Haddad, a decisão foi tomada após o sucesso de operações integradas realizadas, em parceria com Polícia Federal, Polícia Civil e Ministérios Públicos estaduais e federal.

“A experiência deu tão certo que vamos traduzir isso na criação de uma delegacia específica. A Receita tem muita informação, ela é essencial para rastrear esse tipo de atuação”, explicou. Atualmente, esse trabalho é feito por um grupo que funciona informalmente.

O novo núcleo terá como foco operações estruturadas de fiscalização e repressão, para desmontar esquemas de lavagem de dinheiro e fraude tributária associados a organizações criminosas. Haddad relatou, por exemplo, a apreensão recente de quatro navios transportando cerca de 200 milhões de litros de combustível, em uma ação que mobilizou até a Marinha. “Como é que você vai fazer uma operação dessa se não tiver cooperação? Até a Marinha teve que ser acionada”, afirmou.

Segundo o ministro, essas organizações têm atuado em setores como postos de combustível, imóveis e grandes franquias, movimentando bilhões de reais em atividades ilícitas. “Conseguimos mapear tudo isso em fundos, donos de fundos, que eram donos de outros fundos. É uma estrutura complexa que precisa ser enfrentada com inteligência e integração entre os órgãos.”

Haddad — Foto: Daniel Fagundes/Valor

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