Os governos de Donald Trump, nos EUA, e de Javier Milei, na Argentina, firmaram nesta quinta-feira (13) um acordo para ampliar o comércio e os investimentos bilaterais, segundo comunicado conjunto divulgado pela Casa Branca. O pacto estabelece um marco de cooperação econômica e tarifária voltado a facilitar o intercâmbio de bens, serviços e capitais entre os dois países.

De acordo com o texto oficial, o Acordo de Comércio e Investimento Recíproco busca “impulsionar o crescimento de longo prazo, expandir oportunidades e criar um ambiente transparente e baseado em regras para o comércio e a inovação”. A iniciativa foi apresentada como parte da “aliança estratégica” entre Washington e Buenos Aires, “fundada em valores democráticos e no livre mercado”.

O acordo comercial prevê reduções tarifárias e eliminação de barreiras não tarifárias em setores-chave. A Argentina concederá acesso preferencial ao mercado para exportações americanas, incluindo medicamentos, equipamentos médicos, veículos e produtos agrícolas. Em contrapartida, os Estados Unidos eliminarão tarifas sobre certos recursos naturais e insumos farmacêuticos não produzidos internamente.

A Casa Branca informou que a Argentina também se comprometeu a abrir seu mercado ao gado dos Estados Unidos, além de garantir o acesso de carne bovina e suína norte-americana. O acordo prevê ainda que o país permitirá a entrada de aves dos EUA dentro de um ano, não imporá novas exigências sanitárias a produtos lácteos americanos e adotará procedimentos mais ágeis para o registro de alimentos.

O acordo também prevê a criação de um marco para o comércio digital. A Argentina se comprometeu a reconhecer os Estados Unidos como jurisdição adequada para a transferência internacional de dados, a não discriminar serviços digitais de empresas americanas e a reconhecer como válidas as assinaturas eletrônicas emitidas sob a legislação dos EUA. O objetivo, segundo o governo americano, é facilitar transações online e impulsionar o mercado digital bilateral.

O texto também inclui disposições sobre proteção à propriedade intelectual, ações contra pirataria e falsificação, além de compromissos ambientais e trabalhistas. Buenos Aires reafirmou a proibição de importar produtos ligados ao trabalho forçado, prometeu avançar no combate ao desmatamento ilegal e assumiu metas para promover o uso eficiente de recursos naturais, com ênfase nos minerais críticos.

Segundo o comunicado da Casa Branca, os dois países trabalharão “com celeridade” para finalizar o texto definitivo e adotar os trâmites formais necessários à entrada em vigor do acordo.

Em publicação nas redes sociais, o chanceler argentino Pablo Quirno afirmou que o acordo “cria as condições para aumentar os investimentos dos Estados Unidos na Argentina e fortalecer o comércio bilateral”.

De acordo com dados oficiais citados pela agência EFE, os Estados Unidos são o maior investidor estrangeiro direto na Argentina e o terceiro maior destino das exportações argentinas, atrás apenas de Brasil e China.