A desaprovação ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) registrou a segunda queda seguida em quatro meses influenciada pelo discurso que fez na abertura da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), na semana passada, de acordo com uma nova pesquisa do PoderData divulgada nesta quarta (1º).
O levantamento aponta uma variação de -2 pontos percentuais, o mesmo que a margem de erro, mas com uma tendência de queda na análise da trajetória da avaliação:
- Desaprovação: 51%, ante 53% em julho e 56% entre maio e junho;
- Aprovação: 44%, ante 52% e 39%;
- Não sabe: 5% nos três levantamentos.
O PoderData ouviu 2,5 mil pessoas entre os dias 27 e 29 de setembro em 178 municípios dos 26 estados e Distrito Federal. A margem de erro é de 2 pontos percentuais com nível de confiança de 95%.
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De acordo com a análise da pesquisa, o segundo aumento da aprovação de Lula se deu também pela repercussão do tarifaço imposto ao Brasil pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em que o governo do petista abraçou a crítica de que estaria havendo uma interferência da soberania nacional.
A repercussão da fala de Lula na ONU também é vista como positiva pelo PoderData após o próprio Trump afirmar, em seu discurso, que teve uma breve conversa com o petista e que houve “uma química muito boa” entre eles. Há a expectativa de que os dois mandatários se reúnam no final do mês na Malásia, durante a cúpula da Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean).
A pesquisa do PoderData apontou também que o trabalho desenvolvido por Lula ainda é avaliado como ruim/péssimo, mas também com uma variação dentro da margem de erro:
- Ruim/péssimo: 43%, ante 41% em julho e 44% entre maio e junho;
- Regular: 32%, ante 34% e 32%;
- Ótimo/bom: 23%, ante 22% e 20%;
- Não sabe: 2%, ante 3% nos dois levantamentos anteriores.
O avanço da aprovação de Lula nos últimos meses também foi registrado em outras pesquisas de opinião, embora a desaprovação ainda siga maior com fortes críticas principalmente por causa dos gastos públicos e aumento de impostos. Segundo o PoderData, a desaprovação é maior entre os homens (57%), os eleitores de meia-idade (56%), os moradores do Sul (62%) e do Centro-Oeste (60%) e os que cursaram o ensino superior (58%).
Já a aprovação é maior entre as mulheres (49%), os eleitores mais jovens (56%) e os mais velhos (51%) e os moradores do Nordeste (53%).
A pesquisa apontou, ainda, que a desaprovação a Lula chega a 21% dos seus próprios eleitores e a 87% dos que votaram em Bolsonaro no segundo turno de 2022.
O petista ainda mantém uma forte rejeição dos eleitores evangélicos (66%), denominação religiosa que a primeira-dama Janja da Silva vem tentando se aproximar para melhorar a avaliação (a aprovação é de 29%). Já entre os católicos, a desaprovação chega a 42%, com 51% de aprovação.
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