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Como o Peru virou refúgio para atividade de máfias internacionais

O Peru enfrenta um estado de emergência devido a ameaças à Segurança Nacional na fronteira com o Chile, o que levou o governo de José Jeri a incluir ações mais rígidas de fiscalização, inclusive por meio da militarização da divisa entre os dois países.

Mas o aumento da criminalidade e a imigração ilegal também assombram o Estado peruano longe das fronteiras. Uma investigação divulgada pelo programa televisivo peruano Panorama revelou que o maior e mais movimentado aeroporto do país, Jorge Chávez, tornou-se uma das principais rotas de tráfico de documentos falsos, uma atividade operada por máfias internacionais, desafiando os sistemas de controle mais avançados que existem devido à sofisticação dessas redes ilícitas.

A reportagem aponta que, nos últimos meses, um número crescente de criminosos estrangeiros tentou entrar na Europa usando documentos peruanos falsificados, aproveitando-se da falta de exigência de visto do Peru para o Espaço Schengen, uma vasta área do continente formada por mais de 20 países que permitem a livre circulação de pessoas, bens e serviços.

Nem sempre a Europa foi o principal alvo dessas organizações criminosas. Os Estados Unidos lideravam como a rota preferida para a atividade dessas máfias, no entanto desde as restrições migratórias impostas pelo presidente Donald Trump, as ações se voltaram com maior intensidade para o continente europeu.

Um investigador disse ao programa que a facilidade de obtenção do passaporte peruano tornou o país sul-americano um alvo dessas máfias internacionais. “Você chega, paga o valor exigido, eles te dão o documento peruano falso e você atravessa o Atlântico”, explicou um oficial da imigração, acrescentando que as pessoas que buscam essa forma ilícita de entrar na Europa chegam a receber treinamentos caso precisem passar por entrevistas nos postos de controle no aeroporto.

Recentemente, cidadãos dominicanos tentaram embarcar em voos para Madri com documentos de residência espanhóis falsificados, emitidos no Peru. Um boliviano também foi preso e acabou confessando que pagou cerca de 13 mil por passagens e 34 mil pela documentação irregular.

Outra cidadã boliviana foi detida com uma carteira de habilitação da Irlanda, produzida no Peru, e uma família equatoriana foi flagrada com documentos peruanos falsificados, que chegariam pelo serviço de entrega do país, supostamente vinculados à Turquia.

A relação de redes de narcotráfico com a polícia peruana

O jornal Punto Final revelou em outubro que o Aeroporto Internacional Jorge Chávez se tornou um centro de operações ilícitas envolvendo redes de narcotráfico que tentam enviar drogas para a Europa.

Segundo a reportagem, o negócio criminoso envolvia até uma parceria com policiais responsáveis ​​pela segurança dentro do posto de controle migratório.

As investigações mostraram que essas organizações criminosas conseguiram se infiltrar em uma área estratégica do aeroporto, a unidade policial especializada, cuja missão é identificar indivíduos suspeitos de cometer atividades ilegais e levá-los a um interrogatório.

As informações apontam que pelo menos dois policiais estavam ligados às tentativas de transporte de drogas para a Europa, um deles pertencia ao grupo de inteligência Lleta, inicialmente financiado com apoio do Reino Unido para reforçar os esforços antidrogas no Aeroporto Internacional Jorge Chávez.

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