Em 12 meses, o indicador disparou e acelerou de 4,04% para 5,58%, de setembro para outubro, a maior variação desde julho (5,79%). Um mercado extremamente aquecido de locação no país levou ao resultado, segundo Matheus Dias, economista da fundação.

Ao detalhar o resultado, o técnico ponderou que, de setembro para outubro, duas das quatro cidades usadas para cálculo do Ivar mostraram aceleração na variação de locação. É o caso de Belo Horizonte (de 0,55% para 1,30%) e Porto Alegre (de -0,40% para 0,88%). Mostraram desaceleração de taxa, Rio de Janeiro (de 1,02% para 0,68%) e São Paulo (de 0,37% para 0,13%), acrescentou ele.

Já no caso da taxa em 12 meses do indicador, usada para mensurar tendências, três das capitais mostraram aceleração de setembro para outubro. É o caso Rio de Janeiro, cujo Ivar acelerou de 4,29%, em setembro, para 8,45%; Porto Alegre, de 2,05%, em setembro, para 4,42%; São Paulo, de 2,69% para 3,99%. Belo Horizonte desacelerou de 9,01% para 6,93%. “As altas foram bem consistentes”, pontuou ele.

Mercado de trabalho aquecido e juros altos

Um aspecto que tem colaborado para altas consistentes no Ivar, bem como para o mercado de locação aquecido, é o contexto macroeconômico atual, disse. O atual quadro de mercado de trabalho forte contribui para maior demanda por moradias, especialmente em capitais e metrópoles, onde há concentração de empregos.

Por outro lado, as taxas de juros para financiamento imobiliário continuam elevadas, mesmo em programas subsidiados, afirmou. Isso torna a compra de imóveis menos acessível e empurra parte da população para o aluguel como alternativa de curto e médio prazo, explicou o especialista. Assim, com maior demanda por aluguel, ante oferta, a variação da locação tem crescido ao longo do ano, notou o técnico.

O especialista ponderou ainda que as altas do Ivar têm sido tão frequentes que o ritmo do indicador tem operado quase sempre acima da média da inflação geral em 2025. Enquanto o Ivar acumulado em 12 meses subiu 5,58% até outubro, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), indicador oficial de inflação do país, acumulou alta de 5,17% até setembro (dado mais recente do índice).

Questionado sobre se o Ivar deve continuar a subir, o especialista foi cauteloso. Para ele, o mais provável é o que o indicador opere de forma “moderada”, até final do ano, sem altas ou baixas tão expressivas.

Segundo Matheus Dias,, mesmo aquecido, o setor de locação não dá sinais de que vá movimentar acelerações expressivas, pelo menos até término de 2025. “O mercado imobiliário tem caminhado para cenário de maior moderação”, disse.