O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse neste sábado (20) que a ditadura da Venezuela pagará um “preço incalculável” caso se recuse a receber venezuelanos que estão presos ou internados em hospitais psiquiátricos no país norte-americano.

“Queremos que a Venezuela aceite imediatamente todos os prisioneiros e pessoas em instituições de saúde mental, incluindo os piores internados em hospitais psiquiátricos em todo o mundo, que a ‘liderança’ venezuelana forçou a entrar nos Estados Unidos da América”, escreveu Trump na rede Truth Social.

“Milhares de pessoas foram gravemente feridas e até mortas por esses ‘monstros’. Tirem-nos do nosso país agora mesmo, ou o preço que vocês pagarão será incalculável!”, acrescentou, em recado ao ditador Nicolás Maduro, cujo regime ainda não se manifestou sobre o assunto.

Desde a campanha presidencial, o republicano vem alegando que outros países enviaram deliberadamente criminosos e pessoas com problemas de saúde mental para os Estados Unidos durante o governo do democrata Joe Biden (2021-2025).

Em um comício no estado de New Hampshire em outubro de 2023, Trump afirmou que “eles [democratas] permitiram, acredito, a entrada de 15 milhões de pessoas no país vindas de todos esses diferentes lugares, como prisões e instituições de saúde mental”.

No debate com Biden na CNN em junho de 2024, pouco antes do então presidente desistir da campanha, o republicano reiterou a acusação.

“Tínhamos a fronteira mais segura da história do nosso país. Ele [Biden] decidiu abrir nossa fronteira, abrir nosso país para pessoas que vêm de prisões, pessoas que vêm de instituições de saúde mental, hospitais psiquiátricos, terroristas”, disse Trump na ocasião.

A cobrança de Trump adiciona um novo ingrediente à disputa entre Caracas e Washington, que no final de agosto enviou oito navios de guerra e um submarino nuclear para as águas do Mar do Caribe próximas da Venezuela, com o objetivo de evitar a chegada de drogas ao território americano, operação que a ditadura venezuelana considera uma “desculpa” para uma intervenção militar no país sul-americano.

Desde então, ao menos quatro embarcações com drogas foram atingidas por ataques militares americanos no Mar do Caribe. Em resposta, o regime de Maduro vem realizando operações e mobilizações militares e aumentando a retórica belicista.