Após as operações militares no mar do Caribe contra embarcações venezuelanas, o presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou nesta terça-feira (30) que está avaliando “muito seriamente” ataques contra cartéis de drogas por terra.

“Vamos ver o que acontece com a Venezuela. Atacamos vários barcos e, desde que fizemos isso, não temos absolutamente nenhuma droga entrando no país por via aquática, porque era letal. E agora vamos olhar para os cartéis. Vamos olhar seriamente para os cartéis que vêm por terra”, declarou Trump à imprensa a caminho de uma reunião incomum com centenas de generais americanos na Virgínia.

As declarações do presidente coincidem com relatos da imprensa sobre supostos planos das Forças Armadas americanas de atacar narcotraficantes dentro da Venezuela dentro de algumas semanas, o que complicaria uma situação bilateral já muito tensa devido ao grande destaque militar de Washington perto da costa venezuelana no mar do Caribe.

Segundo a NBC, embora os ataques possam ocorrer em poucas semanas, o líder republicano ainda não teria aprovado nenhuma decisão nesse sentido, citando fontes com conhecimento dos planos, que estariam focados em ataques com drones contra indivíduos específicos e laboratórios de drogas.

Os EUA acusam a ditadura de Nicolás Maduro de integrar a cúpula do Cartel de los Soles, uma organização sobre a qual quase não há documentação e que, segundo a Casa Branca, envia carregamentos de drogas para o país.

O governo Trump disse que o contingente americano no sul do Caribe, composto por contratados, navios de transporte anfíbio, um submarino de propulsão nuclear e aviões de combate, já destruiu quatro lanchas de narcotraficantes em águas internacionais provenientes da Venezuela.

De acordo com Trump, “a Venezuela tem sido muito perigosa com as drogas e outras coisas” e reiterou que o país interceptou a chegada de “muitas drogas” por via aquática nos EUA.

O ditador Maduro nega as acusações do republicano e impôs um decreto de “comoção externa” diante do que denuncia como “ameaças” dos EUA, que “seria ativada imediatamente” em caso de “qualquer tipo de agressão” contra a Venezuela.