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Três perguntas que seguem sem respostas sobre o acordo de paz

Israel e Hamas vivem uma primeira crise nessa etapa inicial do acordo de paz do presidente americano, Donald Trump, com a devolução dos reféns mortos durante a guerra.

Nesta quarta-feira (15), o país denunciou o envio dos restos mortais de um morador de Gaza pelo Hamas, enquanto familiares aguardavam a confirmação de que os corpos de seus entes queridos estavam retornando para casa. No dia anterior, o governo israelense sinalizou que poderia entender essa demora na entrega dos reféns como uma violação do acordo assinado.

Mesmo com a fragilidade dessa primeira fase, que garantiu o retorno dos 20 sobreviventes de Israel mantidos em cativeiro e um cessar-fogo, ela não deve ser a etapa mais difícil de todo o processo. Outros pontos do plano de Trump seguem sem resposta, por enquanto, como o desarmamento do Hamas, a desmilitarização da Faixa de Gaza, a reconstrução e o estabelecimento de uma força internacional que garantirá a segurança do enclave palestino.

O presidente Donald Trump informou nesta terça (14) que a segunda fase do plano de paz teve início.

Como funcionará a governança de Gaza pós-guerra e o estabelecimento de uma força internacional?

Essa são duas das questões mais espinhosas presentes nas novas negociações que tiveram início entre os mediadores no Oriente Médio.

O plano de Trump prevê que a Faixa de Gaza seja governada no pós-guerra por um governo de transição, composto por um comitê palestino tecnocrático, sem participação do Hamas.

Esse comitê contaria com especialistas palestinos e internacionais “qualificados” e seria supervisionado por um “novo órgão internacional de transição”, chamado Conselho de Paz, cujo líder seria Trump. O ex-primeiro-ministro britânico Tony Blair também foi cogitado para assumir um papel importante nesse processo.

A proposta americana também sugere a criação de uma “Força Internacional de Estabilização (ISF)” para ser enviada a Gaza e treinar “forças policiais palestinas aprovadas” em Gaza. O estabelecimento dessa força especializada daria lugar à presença das Forças de Defesa de Israel (IDF) no enclave. Israel ainda não concordou com essas disposições.

O Hamas, por sua vez, concordou em partes com a ideia, mas muitos detalhes práticos desse processo ainda não foram definidos.

O Hamas aceitará o desarmamento?

A segunda fase do acordo de paz prevê ainda o desarmamento do Hamas e a anistia aos terroristas que cumprirem a ordem.

No entanto, essa questão segue como uma “linha vermelha” para o grupo palestino, visto que um dos princípios de fundação do Hamas é o apoio à luta armada. O Hamas aceitou mais facilmente deixar o poder de Gaza do que depor sua armas, algo que Israel considera fundamental para concordar com a saída completa do enclave.

Desde o cessar-fogo, diversos vídeos circularam nas redes sociais mostrando milicianos do Hamas armados nas ruas em confronto com outros grupos e clãs que se opõem ao seu regime. Esse é um indício de que o grupo não aceitará abandonar as armas.

Nesta terça, Trump advertiu ao Hamas que, se o grupo extremista palestino não entregar as armas como está estipulado no plano de paz para Gaza, será obrigado a entregá-las de forma “rápida” e “à força”.

Trump também afirmou que o Hamas, “no mais alto nível”, garantiu que cumprirá o compromisso de desarmamento.

“Se eles não entregarem as armas, nós as tiraremos. Como faremos isso? Não preciso explicar, mas se não aceitarem o desarmamento, nós os desarmaremos. Eles sabem que não estou brincando”, declarou Trump a jornalistas durante um encontro na Casa Branca com o presidente da Argentina, Javier Milei.

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