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Transporte por aplicativo, café, manicure e azeite: os preços que mais subiram e caíram na prévia da inflação de 2025 | Brasil

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O aumento nos preços de transportes por aplicativo, sentido pelos usuários e que se intensificou na reta final do ano, chegou aos índices de inflação. No IPCA-15, prévia da inflação oficial do Brasil, o transporte por aplicativo subiu 9% só em dezembro, bem acima do índice geral, que avançou 0,25%.

Assim, o transporte por aplicativo no IPCA-15 fechou 2025 com alta de 45,38%, enquanto o índice geral subiu 4,41%. Foi o item que mais subiu este ano. Na região metropolitana de São Paulo, o transporte por aplicativo aumentou 35,8% em 2025. A maior alta foi na região de Porto Alegre: 74,8%.

Considerando todas as modalidades de transporte público, grupo do qual o transporte por aplicativo faz parte no IPCA-15, a alta foi de 3,6% em dezembro e de 8,59% em 2025.

Recorrer ao aplicativo de transporte ficou bem mais caro em 2025, em termos relativos, do que usar ônibus urbano (5,01%), chamar táxi (9,61%), pegar trem (3,4%), ônibus intermunicipal (4,96%) ou interestadual (3,08%), comprar passagem de avião (7,74%) ou pegar o metrô (0,46%).

Comprar um carro novo subiu 2,84%, segundo a prévia da inflação de 2025, enquanto o veículo usado viu seu preço cair 2,38%. Alugar um carro aumentou 1,19%, e comprar uma moto, apenas 0,81%.

Comer em casa subiu somente 1,94% no IPCA-15 de 2025, enquanto comer fora subiu 7,81%. “As coletas de preços para o IPCA cheio de dezembro sugerem nova leitura benigna, abaixo da sazonalidade, mas em terreno positivo”, afirma o economista Alexandre Maluf, da XP, sobre o preço da alimentação no domicílio, que caiu 0,1% em dezembro, a sétima queda consecutiva.

Ainda assim, o segundo item que mais subiu no IPCA-15 de 2025 foi o café moído, com alta de 41,84%. O café solúvel subiu 25,2%. O chocolate em barra subiu 27,84%. Na alimentação fora de casa, o lanche pesou em dezembro, com alta de 1% no mês e de 11,34% no ano.

Na ponta contrária, do itens que registraram maior queda de preços em 2025, também predominam os alimentos, com o abacate liderando (-44,82%). Mas o azeite de oliva também recuou: 20,9%.

Fora da categoria alimentação, a maior queda foi do ar-condicionado, com retração nos preços de 10,17% no IPCA-15 de 2025. O ventilador caiu 9,78%.

Na prévia de dezembro no Brasil, os economistas também destacaram as altas de vestuário (0,7%) e em aparelhos telefônicos (0,1%). No ano, porém, o vestuário sobe 5,34%, enquanto os aparelhos telefônicos recuam 6,48%.

“Olhando à frente, avaliamos que a dinâmica recente mais benigna dos preços ao produtor (IPA-FGV) deve se traduzir em leituras fracas de inflação de bens industrializados nos próximos meses. No entanto, a taxa de câmbio, se continuar depreciada aos níveis atuais, pode se transmitir em aceleração no segundo semestre de 2026”, diz Maluf, da XP.

Economistas destacaram ainda a alta em serviços pessoais em dezembro (0,5%), em especial cabelereiro (1,3%) e manicure (1,1%), exercendo impacto altista sobre os serviços subjacentes, mais ligados ao ciclo econômico.

No ano, o preço da manicure sobe 10,89%, o do cabeleireiro, 8,37%, assim, os serviços pessoais em geral têm alta de 5,6%.

“Teve um qualitativo um pouco pior principalmente em serviços subjacentes, apesar de o índice quase todo ter vindo em linha, na parte de bens industriais, alimentação”, diz João Savignon, da Kínitro Capital

Sem contar os itens mais voláteis, a sua expectativa era de alta de 0,43% para os serviços, mas o crescimento foi de 0,52%.

“Itens intensivos em trabalho vieram mais altos, como cabeleireiro, barbeiro, manicure, esses itens surpreenderam um pouco para cima”, afirma, observando que esses são serviços mais ligados ao nível de ociosidade da economia.

Ainda assim, Savignon diz que a dinâmica para o fechamento de 2025 segue inalterada, com uma “inflação comportada”, fechando dentro da banda da meta, o que não se via desde 2020.

“Mas isso foi sustentado pelo comportamento favorável de alimentos e bens, foram eles que permitiram um comportamento mais benigno.”

A hospedagem finalmente cedeu 1,2% no IPCA-15 de dezembro, após quatro meses de altas consecutivas. Ainda fechou o ano com crescimento de 9,37%. Na região metropolitana de Belém, a alta desacelerou de 204,63% em 12 meses até novembro para 38,89% em dezembro.

“Regionalmente, esse movimento [em hospedagem] foi particularmente intenso em Belém, onde os preços de hospedagem despencaram 53,7%, em clara correção após o pico associado à realização da COP 30”, afirma Leonardo Costa, do ASA.

Ele nota que, embora a queda de dezembro tenha sido significativa, ela foi menor do que o avanço observado em novembro, o que sugere espaço para nova contribuição desinflacionária em janeiro, porém, com impacto mais reduzido para o IPCA.

Do ponto de vista regional, dez das 11 áreas pesquisadas apresentaram alta em dezembro, observa Costa. Belém foi a principal exceção, diz, com deflação de 0,35%, puxada justamente pela forte correção em hospedagem após a realização da COP 30.

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