O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Dias Toffoli chorou durante a sessão desta quinta-feira (23) ao ser homenageado por ter completado 16 anos na Corte. Ele afirmou que apenas os demais ministros conseguem ter a “dimensão” da cadeira que ocupam. O presidente do STF, Edson Fachin, destacou que Toffoli contribuiu “imensamente” para o Judiciário brasileiro.
“Ao longo desses anos, Vossa Excelência tem contribuído imensamente para o fortalecimento da jurisdição constitucional em nosso país, com decisões tomadas em momentos de turbulência e de risco à democracia”, afirmou Fachin.
“As suas palavras muito me emocionam. Aprendi na vida que não podemos deixar a emoção envelhecer. Então, peço a palavra para emocionado dizer do meu orgulho de ser juiz desta Corte constitucional”, respondeu Toffoli, ressaltando que tem orgulho de todos os colegas do STF.
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“Orgulho, senhor presidente, de estar ao lado de colegas que têm a estatura de serem os maiores e os melhores juristas e magistrados da nação brasileira. Digo isso com muito orgulho, porque, só nós, que sentamos nas nossas cadeiras, temos a dimensão dela”, acrescentou o magistrado tentando conter as lágrimas.
Ele lembrou de seu antecessor, o ministro Sepúlveda Pertence, que morreu em julho de 2023. Toffoli afirmou que a Constituição brasileira é a “melhor do mundo” e o Poder Judiciário do país é o “maior” e o “mais produtivo” do mundo.
“Quero continuar honrando a Justiça, a magistratura e a nação brasileira. Tenho muito orgulho de ser um brasileiro. A nação mais abençoada do mundo. E ser guarda da Constituição, que é a melhor Constituição do mundo… Não tenho dúvida sobre a função de sermos sacerdotes da guarda desta Constituição”, destacou.
O presidente do STF destacou as decisões de maior repercussão relatadas pelo ministro, como a Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 779. Ao analisar o tema, Toffoli classificou como “odioso, desumano e cruel” o uso da tese da legítima defesa da honra em casos de feminicídio ou de agressões contra a mulher.
“Um julgamento histórico em favor da vida das mulheres, no mês da mulher, em março, e que certamente já tem provocado mudanças positivas e estruturais no que diz respeito ao enfrentamento de uma de nossas maiores mazelas sociais”, disse Fachin.
O procurador-geral da República, Paulo Gonet, ressaltou que as palavras não seriam “suficientes para enaltecer os méritos” de Toffoli. O ministro Luiz Fux afirmou que sempre teve “muita afinidade e afeição” pelo colega desde que ele assumiu o cargo.
O ministro André Mendonça o parabenizou pelo período no Supremo e lembrou que Toffoli foi seu chefe na Advocacia-Geral da União (AGU). A ministra Cármen Lúcia, que acompanhou a sessão por videoconferência, classificou Toffoli como um “querido amigo”.
“Ministro Toffoli é um amigo de longa data. Nos formamos juntos em 1990, na USP”, disse o ministro Alexandre de Moraes. O ministro Flávio Dino e Nunes Marques também parabenizaram o colega. O decano da Corte, Gilmar Mendes, não participou da sessão.
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