A Argentina, liderada pelo presidente Javier Milei, e a Síria, que se libertou do regime de Bashar al-Assad, foram apontadas pela revista britânica The Economist como os países do ano de 2025, em avaliação publicada nesta quinta-feira (18). Segundo a revista, a escolha não se baseia em poder ou felicidade, mas nos países que mais melhoraram ao longo do ano, seja no campo econômico, político ou social.
De acordo com a The Economist, a Argentina se destacou neste ano por sua transformação econômica. A publicação afirma que Milei manteve ao longo deste ciclo seu programa de reformas de livre mercado iniciado em 2023, com medidas como a eliminação de controles de preços, redução de gastos públicos e corte de subsídios. Segundo a revista britânica, essas reformas são politicamente custosas e historicamente difíceis de sustentar no país.
Conforme os dados citados pela publicação, a inflação argentina caiu de 211% em 2023 para cerca de 30% neste ano, enquanto a taxa de pobreza recuou 21 pontos percentuais em relação ao ano anterior. A revista também destaca o controle do orçamento, o avanço para um peso mais próximo do câmbio flutuante e a remoção da maior parte dos controles de capital.
A revista pondera, no entanto, que a Argentina ainda enfrenta riscos, citando a possibilidade de retorno do peronismo ao poder e críticas ao estilo pessoal de Milei. Ainda assim, segundo o texto, caso as reformas sejam mantidas, elas podem alterar de forma duradoura a trajetória do país e servir de referência para reformas econômicas em outras partes do mundo.
Já a Síria foi destacada pela “melhora política significativa”. A The Economist apontou a queda do regime de Bashar al-Assad como um ponto de inflexão no país. A transição em curso coordenada por Ahmed al-Sharaa surpreendeu analistas ao evitar tanto o colapso institucional quanto a imposição de uma teocracia islamista.
Segundo a revista britânica, a “nova Síria” manteve liberdades sociais básicas, permitiu atividades culturais e estabeleceu relações mais construtivas com os Estados Unidos e países do Golfo. A The Economist destaca ainda que, com o afrouxamento das sanções ocidentais, a economia começou a dar sinais de recuperação e cerca de três milhões de sírios retornaram ao país.
A publicação reconhece que grandes desafios permanecem na Síria, citando massacres cometidos por milícias contra minorias e a fragilidade institucional do novo governo. Ainda assim, segundo a The Economist, a Síria deste ano é mais segura e menos marcada pelo medo do que no ano anterior, o que justificou sua inclusão como país do ano.
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