As denúncias de atrasos salariais e incerteza sobre o 13º salário, divulgadas pelo Jornal Extra, foram confirmadas ao Jornal de Meriti por diversos servidores e aposentados do município.
Após a publicação, nossa redação recebeu várias mensagens pelo WhatsApp relatando situações idênticas às citadas na matéria do Extra, reforçando que o problema é real e afeta diferentes setores da administração pública.
📎 Prova publicada pelo Jornal Extra:
👉 https://extra.globo.com/economia/servidor-publico/noticia/2025/10/servidores-e-aposentados-de-sao-joao-de-meriti-denunciam-atraso-do-13o-salario.ghtml
“Trabalhamos o ano todo e ainda temos que esperar sem saber quando vamos receber”, disse uma servidora ao Extra — relato que também chegou à nossa equipe, acompanhado de queixas sobre parcelamento da folha, falta de resposta da prefeitura e preocupação com o futuro do 13º.
🏫 Educação: escolas enfrentam cortes e atrasos
Os servidores da Educação confirmaram que a rede municipal vive um momento delicado.
Em diversas unidades, há falta de material didático, problemas com transporte escolar, e suspensão de gratificações. Professores relatam que alguns pagamentos estão sendo feitos com atraso e que profissionais temporários enfrentam duas a três semanas de espera para receber.
“Estamos mantendo as aulas com o que temos. Falta papel, tinta e, às vezes, até merenda chega incompleta”, relatou uma educadora.
Além disso, muitos profissionais dizem estar arcando do próprio bolso com materiais e reclamam da ausência de diálogo com a Secretaria de Educação sobre o cronograma de pagamentos.
🏥 Saúde: postos sobrecarregados e falta de insumos
Na Saúde, servidores relatam escassez de medicamentos e plantões reduzidos por falta de profissionais.
Há relatos de atrasos no repasse para terceirizados, o que tem causado desmotivação e rotatividade em equipes.
“A gente entra no plantão sem saber se vai ter material. Em alguns dias, falta até luva. E ainda recebemos com atraso”, disse uma técnica de enfermagem que pediu anonimato.
O cenário descrito mostra sobreposição de turnos e equipes reduzidas, com enfermeiros e médicos dobrando horários para manter o atendimento mínimo nas unidades de saúde.
⚠️ Três decretos e nenhuma solução
Desde o início de 2025, três decretos de calamidade financeira foram publicados pela Prefeitura de São João de Meriti:
1️⃣ Janeiro de 2025 — reconheceu dívida superior a R$ 400 milhões herdada da gestão anterior.
2️⃣ Maio de 2025 — prorrogou o estado de calamidade alegando que o cenário fiscal não havia sido revertido.
3️⃣ Setembro de 2025 — ampliou o déficit para R$ 1,04 bilhão, admitindo oficialmente o “atraso no pagamento do 13º salário” e o desequilíbrio nas contas públicas.
Mesmo com as três publicações, nenhum plano de recuperação fiscal foi apresentado, e o Portal da Transparência segue sem relatórios técnicos ou planilhas explicando o aumento da dívida.
🏛️ Câmara Municipal em silêncio
A Câmara Municipal de São João de Meriti, presidida por João Dantas de Mello, conhecido como Doca Brazão (MDB), não se manifestou publicamente sobre o agravamento da crise financeira.
Até agora:
- ❌ Nenhum decreto legislativo confirmando a calamidade foi publicado;
- ❌ Nenhuma audiência pública foi convocada;
- ❌ Nenhum parecer da Comissão de Finanças foi divulgado.
O silêncio dos vereadores e a ausência de medidas concretas reforçam a percepção de conivência política entre Legislativo e Executivo, enquanto servidores seguem sem respostas.
💣 Colapso confirmado
Com três decretos de calamidade, dívida bilionária, servidores sem 13º e denúncias comprovadas por veículos e trabalhadores, São João de Meriti enfrenta o maior colapso fiscal e institucional de sua história.
O que começou como uma crise financeira virou uma crise de confiança — em que quem trabalha pelo município é quem mais sofre com o abandono.
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