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A recondução de Paulo Gonet à Procuradoria-Geral da República, confirmada por uma margem mínima de apenas quatro votos, diz menos sobre as qualidades do procurador e muito mais sobre a subordinação e complacência que dominam o atual Senado.

Gonet merecia ser reprovado, e os fatos recentes mostram isso sem muito esforço. Basta um olhar minimamente crítico sobre o comportamento do PGR nos casos envolvendo perseguição judicial a Jair Bolsonaro, Filipe Martins, Eduardo Tagliaferro, Débora do Batom, dentre outros. Em vez de fiscal da lei, Gonet se comportou como um carimbador das decisões, desejos e vontades de Alexandre de Moraes em sua fúria contra a Direita e o conservadorismo.

A recondução de Gonet se tornou assim, involuntariamente, uma propaganda clara da urgência de renovação do Senado em 2026, especialmente com parlamentares do campo conservador capazes de confrontar estruturas viciadas, resgatar o equilíbrio entre os poderes e impedir reconduções que só reforçam o estado de exceção funcional instaurado desde 2019, quando começou o inquérito sem fim das fake News.

Gonet fez por merecer a reprovação

Em seu comentário no Ouça Essa, o jornalista Marcos Tosi demonstra que, pelos seus atos, era cristalino que o procurador fez por merecer a reprovação. Mas, numa mistura de covardia, conveniência e submissão ao STF, os senadores lhe entregaram o que ele não conquistou: mais dois anos de mandato. Não houve aprovação nem confiança, apenas resignação com o jogo de poder.

A cena ocorrida no primeiro dia após sua recondução, e que reproduzimos no Ouça Essa, resume bem o problema. Gonet ajeita o microfone, recompõe o paletó e dirige agradecimentos calorosos a Alexandre de Moraes. O tom é o de um fã diante do ídolo, uma reverência exagerada. E a mensagem institucional é ainda pior: a PGR, que deveria conter excessos, age como se prestasse satisfação ao ministro mais poderoso da República.

Longa ficha de faltas acumuladas

As razões para rejeitar a recondução eram abundantes e documentadas. A denúncia da “trama golpista” foi baseada em delação cambaleante de um militar que, em conversas espontâneas, revelou sofrer coação para endossar uma narrativa já pronta.

A PGR ofereceu uma das denúncias mais graves da história do país se guiando apenas na palavra de Mauro Cid. Ele alterou sua versão nove vezes, e forneceu o tipo de material que qualquer Ministério Público sério rejeitaria, mas Gonet abraçou.

Na acusação contra Filipe Martins, a PGR corroborou a narrativa da Polícia Federal de que o ex-assessor de Jair Bolsonaro viajou aos Estados Unidos para tramar a ruptura institucional. O detalhe, que ficou fartamente comprovado, é que a viagem nunca existiu. Até as autoridades americanas denunciaram a fraude e abriram investigação. A saída da PF, então, foi acusar Martins de fraudar a própria viagem. E ele segue usando tornozeleira, sem poder viajar nem usar redes sociais. Primeiro, por uma viagem que teria feito. Agora, por uma viagem que não fez.

Tem ainda o caso de Débora Rodrigues, condenada a 14 anos de cadeia pelo STF por pichar uma estátua na praça dos Três Poderes. A pichação, segundo Gonet, foi tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito. Nenhum acordo penal, nenhuma proporcionalidade.

É de se destacar, ainda, o caso de Eduardo Tagliaferro, ex-assessor e braço direito de Alexandre de Moraes no TSE. Tagliaferro denunciou ter havido uma espécie de “polícia paralela” no gabinete de Moraes para perseguir alvos políticos. Apresentou provas. Gonet não investigou nada, pelo contrário, denunciou o denunciante. E o acusou, como de praxe, de tentar abolir violentamente o Estado Democrático de Direito.

Apenas alguns dos exemplos mais notórios, dentre uma vasta gama de abusos, omissões e arbitrariedades. Esse foi o homem reconduzido à PGR pelo Senado. Pelo que ele já escreveu de sua biografia, o julgamento não é nada favorável. Pesado na balança, Gonet está em falta.

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