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Rússia renova estratégia naval após ser humilhada no Mar Negro

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Apesar de ter a terceira Marinha mais poderosa do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos e da China, a Rússia vem amargando vexames no Mar Negro desde o início da guerra com a Ucrânia, em fevereiro de 2022.

A mais recente humilhação ocorreu no último dia 11, quando a Marinha ucraniana atacou um centro de comunicações na cidade ocupada de Sebastopol, responsável pela coordenação das operações da Frota Russa do Mar Negro.

Em artigo publicado este mês pela revista do Instituto Naval dos EUA, o tenente Roland M. Kolwitz, da Marinha americana, afirmou que, mesmo sem ter “uma Marinha digna de menção”, “a Ucrânia conseguiu destruir um terço da Frota Russa do Mar Negro, expulsou a Marinha russa do Mar de Azov e está até mesmo forçando a Rússia a abandonar seu porto em Sebastopol, na Crimeia anexada”.

Kolwitz escreveu que a Ucrânia se valeu de dois recursos principais para impor essas humilhações ao ditador Vladimir Putin: mísseis de cruzeiro de defesa costeira e embarcações de superfície não tripuladas como embarcações de ataque unidirecionais.

“Esses sistemas não são revolucionários e têm sido usados ​​regularmente por forças menores para tentar obter vitórias sobre forças maiores e tecnologicamente mais avançadas”, afirmou o tenente.

Uma das mais poderosas armas ucranianas no Mar Negro é o drone subaquático Toloka, apresentado na semana passada numa exposição da indústria de defesa em Lviv.

Embora esta tenha sido a primeira vez que o drone foi apresentado publicamente, sua utilização já é conhecida há mais de um ano e ele teria sido usado em junho em um ataque à Ponte da Crimeia (localizada entre o Mar Negro e o Mar de Azov), segundo especulações de especialistas.

A versão mais potente do Toloka mede até 12 metros, tem carga de 5 toneladas e pode atingir alvos a até 2 mil km de distância, segundo informações do jornal The Kyiv Independent.

“No Mar Negro, a eficácia da Ucrânia é amplificada pelo fracasso da Rússia em modernizar sua Marinha”, acrescentou Kolwitz.

Ao que parece, a paciência de Putin acabou: Nikolai Patrushev, assessor do Kremlin, disse em entrevista em junho ao jornal Argumenti i Fakti que o ditador aprovou uma nova estratégia naval para a Rússia, com planejamento até 2050.

“A posição da Rússia como uma das maiores potências marítimas do mundo está se recuperando gradualmente”, disse Patrushev na ocasião.

“É impossível realizar tal trabalho sem uma visão de longo prazo dos cenários para os desdobramentos da situação nos oceanos, da evolução dos desafios e ameaças e, claro, sem definir as metas e os objetivos que a Marinha russa terá pela frente”, disse o assessor.

Por sua posição estratégica, entre a Europa e a Ásia, o Mar Negro será prioridade nessa nova estratégia.

“Nos próximos anos, os marinheiros militares do Mar Negro serão ainda mais fortalecidos com a chegada de novas fragatas, corvetas, aviação, complexos robóticos marinhos”, afirmou Patrushev.

O Mar Negro também vem gerando mobilização no Ocidente: em maio, a União Europeia (UE) havia adotado uma nova estratégia para a região, com a criação de um centro de segurança marítima para monitoramento e alertas sobre ameaças.

Em entrevista este mês ao site da Chatham House, Natalie Sabanadze, pesquisadora do Programa Rússia e Eurásia do think tank britânico, afirmou que as abordagens da União Europeia e da Otan no Mar Negro precisam ser coordenadas.

“A UE precisa aprimorar o uso do seu soft power para combater as táticas de guerra híbrida da Rússia, que exploram vulnerabilidades políticas existentes e as queixas que ex-países soviéticos têm contra o Ocidente. O fortalecimento das marinhas búlgara e romena deve ser uma prioridade para a Otan”, alertou a especialista, que argumentou, entretanto, que a Turquia, que controla os estreitos de Bósforo e Dardanelos, “continua sendo o principal contrapeso à Rússia no Mar Negro”.

“Embora [Ancara] não tenha imposto sanções à Rússia, deseja que a Ucrânia continue sendo uma potência naval e mantenha o controle da sua costa no Mar Negro. É importante que a UE e a Otan se baseiem nesse interesse comum com a Turquia”, disse Sabanadze.

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