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Rússia aposta no Sudeste Asiático para vender pequenos reatores nucleares | Mundo

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A Rússia assumiu a liderança no desenvolvimento de pequenos reatores modulares (SMRs, na sigla em inglês) para energia nuclear e está comercializando-os na Ásia Central, no Sudeste Asiático e em outras regiões, em um esforço para fortalecer os laços com o Sul Global.

O vice-primeiro-ministro russo, Alexei Overchuk, disse ao seu homólogo malaio, Fadillah Yusof, durante uma visita ao país em 27 de outubro, que a cooperação em energia nuclear é promissora, afirmando que Moscou está preparada para fornecer SMRs à Malásia.

Os pequenos reatores modulares têm uma potência de até 300 megawatts, em comparação com os 1 mil MW das grandes usinas nucleares. Como os principais componentes são produzidos em fábrica e instalados no local, eles podem ser construídos de forma mais rápida e barata do que as grandes usinas.

Cada vez mais países estão considerando os SMRs como uma solução para a crescente demanda por energia e para a redução da dependência de combustíveis fósseis.

A Agência Internacional de Energia estima que mais de mil SMRs estarão em operação no mundo em 2050. A Rússia estabeleceu a meta de conquistar 20% desse mercado até 2030.

“Nos tornamos o primeiro país do mundo a assinar um contrato de exportação para reatores modulares pequenos”, disse Overchuk na Cúpula do Leste Asiático, na Malásia, em 27 de outubro.

A construção do primeiro projeto de exportação de SMRs da Rússia começou no leste do Uzbequistão no início de outubro. Dois reatores com uma potência total de 110 MW serão construídos, com previsão de início das operações em 2029. Um funcionário uzbeque afirmou que o projeto deverá custar menos de US$ 1 bilhão, segundo a mídia local.

Além da Ásia Central, Moscou firmou um acordo com o governo militar de Mianmar em março sobre SMRs e assinou um memorando de entendimento com o Irã em setembro. Outros países manifestaram interesse em reatores modulares pequenos russos, incluindo Brasil e Guiné.

O presidente russo, Vladimir Putin, afirmou em setembro que a produção em massa de SMRs começaria em breve. Moscou está oferecendo um pacote completo que abrange o fornecimento e processamento de combustível, bem como a operação e manutenção do reator. Com a expectativa de que os reatores operem por mais de 60 anos, a Rússia poderá exercer influência sobre o país comprador por décadas.

A Rússia destaca seu histórico em pequenos reatores. Em 2020, a estatal Rosatom iniciou a operação comercial da primeira usina nuclear flutuante do mundo, composta por dois SMRs (Reatores Modulares Pequenos) instalados em um navio no Ártico russo. Com uma potência total de 70 MW, a usina produz energia suficiente para uma cidade de cerca de 100 mil habitantes.

Os navios que abrigam os reatores são construídos em um estaleiro russo e rebocados até seus locais de instalação, tornando esse arranjo adequado para áreas remotas sem infraestrutura ou para países insulares.

Em terra, estão planejados SMRs na República de Sakha, no Extremo Oriente russo, com estudos geológicos em andamento para o início das operações, previsto para 2031, segundo a mídia local. Dois reatores com uma potência total de 110 MW serão construídos para uso em mineração e outros fins.

A Rússia tem sido uma força dominante na indústria nuclear desde a era soviética. Operou muitas usinas nucleares de grande porte em antigos territórios soviéticos e está construindo novas no Egito e na Turquia.

A Agência Internacional de Energia (IEA) relata que 23 dos 52 reatores em todo o mundo, cuja construção começou entre 2017 e 2024, foram fabricados na Rússia. A Rússia também responde por cerca de 40% da capacidade global de produção de urânio enriquecido, combustível dos reatores.

As vendas internacionais da Rosatom atingiram US$ 17,9 bilhões em 2024, o dobro do valor em 2021, antes da invasão total da Ucrânia pela Rússia. Com as sanções econômicas ocidentais pressionando as indústrias de petróleo e gás natural da Rússia, as exportações de energia nuclear são cada vez mais importantes para Moscou.

Os Estados Unidos e a Europa estão atrás da Rússia em reatores modulares de pequeno porte. Os americanos não têm histórico operacional. A empresa americana NuScale Power, projetista de SMRs, cancelou seu primeiro projeto no país em 2023 devido aos custos exorbitantes de construção.

Em maio deste ano, as autoridades canadenses aprovaram o início da construção de um projeto de SMR para um consórcio liderado pela GE Vernova e Hitachi. Se entrar em operação, espera-se que seja o primeiro desse tipo entre os países do G7.

Os Estados Unidos e a Europa dependem do urânio enriquecido da Rússia. A Ucrânia está pressionando os países ocidentais a encerrar a cooperação com a Rosatom e suas afiliadas e a impor sanções mais duras a Moscou.

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