O Centro de Integração de Monitoração Integrada do Distrito Federal comunicou a ocorrência de violação do equipamento ao STF às 0h08 deste sábado. Na decisão, Moraes afirma que Bolsonaro teria violado a tornozeleira com a “intenção” de rompê-la para “garantir êxito em sua fuga”, que seria “facilitada pela confusão causada pela manifestação convocada por seu filho”.

Moraes se refere à vigília que foi convocada pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) em apoio ao ex-presidente. O chamamento, por meio das redes sociais, era para este sábado, em frente ao condomínio onde fica a casa de Bolsonaro – local em que ele cumpria prisão domiciliar -, na região do Jardim Botânico, em Brasília.

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Mora cita, na decisão, a proximidade da casa de Jair Bolsonaro ao setor de Embaixadas. O condomínio onde o ex-presidente mora fica a cerca de 13 km do setor sul, onde está localizada, por exemplo, a embaixada dos Estados Unidos. O presidente americano, Donald Trump, é considerado por bolsonaristas como um aliado.

Outra possibilidade seria a da Argentina. Investigações anteriores apontaram que Bolsonaro planejava pedir asilo ao país. Assim como Trump, o presidente argentino, Javier Milei, também é considerado um aliado do ex-presidente brasileiro no exterior.

Moraes também cita a fuga de aliados do ex-presidente. Menciona o deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ), também condenado na trama golpista, deixou o Brasil de forma clandestina e está, atualmente, nos Estados Unidos, e a deputada Carla Zambelli (PL-SP), que buscou abrigo da Itália para não ser presa após a condenação de 10 anos de prisão por invadir os sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

A decisão do ministro destaca ainda que Bolsonaro já havia violado medidas impostas anteriormente, incluindo o uso indevido de redes sociais e condutas que quebravam as regras da prisão domiciliar.

Bolsonaro estava preso em casa desde 4 de agosto, por ordem de Moraes, após descumprir cautelares que o impedem de utilizar redes sociais, inclusive por intermédio de terceiros.

Em setembro, o ex-presidente foi condenado a 27 anos e três meses de prisão por liderar uma tentativa de golpe de Estado. Na sexta-feira, a defesa de Bolsonaro havia solicitado a Moraes que ele cumprisse pena em casa, alegando os “graves problemas de saúde” do ex-presidente. Moraes negou o pedido neste sábado, em razão da prisão preventiva.