Os Estados Unidos anunciaram a Operação Lança do Sul (Southern Spear, em inglês), nesta quinta-feira (13), o passo mais recente anunciado em sua guerra ao narcotráfico na América Latina.
Em uma mensagem na rede social X, o secretário de Guerra, Pete Hegseth, não forneceu detalhes específicos sobre a operação, mas antecipou que a missão será liderada por uma força-tarefa conjunta específica e pelo Comando Sul, que engloba as operações militares dos Estados Unidos na América do Sul, América Central e Caribe.
O anúncio ocorre apenas três dias após a chegada ao Caribe do maior porta-aviões do Pentágono, o USS Gerald R. Ford, e seu grupo de ataque – mais de 4.000 marinheiros e dezenas de aeronaves. Isso se soma a outros navios de guerra, um submarino nuclear e caças que já estavam na área.
Desde agosto passado, os Estados Unidos enviaram seu maior contingente militar em décadas para o Caribe como parte de sua guerra contra o narcotráfico, que vinculam ao regime de Nicolás Maduro na Venezuela – atualmente, o Departamento de Estado oferece uma recompensa de US$ 50 milhões pela captura do ditador chavista.
O governo americano também confiscou mais de US$ 700 milhões em bens de Maduro, a quem acusam de liderar o Cartel de los Soles, declarado grupo terrorista pelo governo de Donald Trump em julho.
Esse envio militar também tensionou as relações entre Washington e a Colômbia e seu presidente, Gustavo Petro, a quem Trump acusou de ser um “narcotraficante”.
Relembre os eventos mais significativos da escalada diplomática e militar na região
Em 2 de setembro, os Estados Unidos anunciaram seu primeiro ataque a uma embarcação no Caribe, alegando que onze membros do grupo criminoso Tren de Aragua estavam a bordo do barco, tendo partido da Venezuela para transportar drogas até o país.
Desde então, as Forças Armadas americanas destruíram pelo menos 19 lanchas e barcos no Caribe e no Pacífico, deixando mais de 70 mortos, que são acusados de envolvimento com o narcotráfico.
Em 15 de setembro, as tensões entre Colômbia e a Casa Branca aumentaram quando os Estados Unidos retiram o país sul-americano – o maior produtor mundial de cocaína – de sua lista de países que cooperam no combate ao narcotráfico.
Ainda nesse período, os Estados Unidos revogaram o visto do presidente Gustavo Petro após sua participação em uma manifestação pró-Palestina em Nova York, durante a Assembleia Geral da ONU.
Em 22 de outubro, o jornal americano Washington Post publicou uma reportagem que revelou que a ordem que o presidente Trump assinou para autorizar operações letais da Agência Central de Inteligência (CIA, na sigla em inglês) na Venezuela abrem brecha para a derrubada do ditador Nicolás Maduro.
Em 28 de outubro, foi executado o destacamento das forças navais dos Estados Unidos no Caribe, perto da costa da Venezuela, o maior da história do país desde a primeira Guerra do Golfo (1990-1991), o que desestabilizou o regime de Nicolás Maduro.
Em 31 de outubro, a ONU acusou os Estados Unidos de “violar o direito internacional” com os ataques militares em águas internacionais.
Em 10 de novembro, o Departamento de Defesa americano enviou tropas terrestres para realizar exercícios de treinamento na selva panamenha pela primeira vez em décadas, segundo informou a ABC News.
No último dia 11,o ministro da Defesa venezuelano, Vladimir Padrino López, informou que 200 mil soldados foram mobilizados em todo o país como parte de novos exercícios de prontidão em resposta às “ameaças” dos Estados Unidos. Além disso, a ditadura de Maduro prepara resposta de guerrilha para uma eventual mobilização americana dentro da Venezuela.
Na noite de quinta-feira (13), Washington divulgou imagens do maior porta-aviões do mundo em exercício na América Latina para reforçar o Exército americano.
Nesta sexta-feira (14), a Rússia se manifestou contra novas ações dos Estados Unidos que possam desestabilizar a Venezuela e toda a região do Caribe, após o anúncio do Pentágono sobre a Operação Lança do Sul.
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