O diretório nacional do PT voltou a criticar o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL-RJ), pela megaoperação realizada na semana passada nos complexos do Alemão e da Penha que levou 113 criminosos à prisão e vitimou 121 pessoas – a maioria ligada ao crime organizado, segundo as autoridades fluminenses.

Essa nova crítica, feita veladamente através de uma publicação em seu site oficial, aponta que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) realiza operações policiais contra o crime organizado utilizando “inteligência” para evitar “confronto direto como primeira ou única via”. O partido utilizou como exemplos uma operação realizada na terça (4) pelo governo da Bahia – governado pelo PT – e uma da Polícia Rodoviária Federal (PRF) em Teresópolis, na região serrana do Rio de Janeiro.

“Demonstra a eficácia do uso de inteligência policial para desarticular facções de alto poder ofensivo, sem recorrer ao confronto direto como primeira ou única via”, afirmou em uma publicação.

Desde que o governo do Rio de Janeiro autorizou a operação apenas com as forças policiais do estado, o PT e o próprio presidente Lula vêm criticando a estratégia adotada que levou à mais alta letalidade já registrada. Apesar disso, o vice-presidente do partido, Washington Quaquá (PT-RJ) foi voz dissonante e apoiou a ação fluminense.

Durante o anúncio do Pacote de Segurança Pública da Bahia, o governador Jerônimo Rodrigues (PT-BA) e o secretário de Justiça e Direitos Humanos, Felipe Freitas, transformaram a Operação Freedom em vitrine política. A operação foi deflagrada em Salvador e cumpriu mais de 90 mandados e bloqueou 51 contas ligadas ao Comando Vermelho.

“Este é um exemplo concreto da doutrina de segurança pública que sempre teve a preservação da vida como prioridade máxima”, disse Freitas. A declaração, reproduzida no site do PT, foi usada para defender o modelo baiano de combate ao crime para contrastar com a política fluminense.

Freitas seguiu na crítica velada a Castro e afirmou que “o bloqueio financeiro da facção é uma tática de asfixia que enfraquece a estrutura criminosa de forma duradoura, minimizando a necessidade de operações de alto risco”.

A mesma narrativa foi usada pelo PT ao destacar a Operação Atena, da PRF – vinculada ao Ministério da Justiça –. A ação resultou na prisão de dois homens ligados à facção do Complexo do Alemão que foram flagrados com um arsenal em um ônibus que seguia do Rio de Janeiro para o Ceará.

A PRF apreendeu um revólver calibre .357, 267 munições, coturnos e balaclavas. Segundo a corporação, o material seria usado para abastecer criminosos no Nordeste.