Funcionários das embaixadas da Malásia, Japão e Coreia do Sul estão tentando reunir informações sobre a paralisação (“shutdown”) do governo dos Estados Unidos na quarta-feira, enquanto se preparam para receber o presidente americano, Donald Trump, em pouco mais de três semanas.
No fim de outubro, o Trump deve fazer sua primeira visita à região do Indo-Pacífico em seu segundo mandato. Ele participará da reunião de cúpula da Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean) em Kuala Lumpur, na Malásia. Depois irá a Tóquio, antes de voar para Gyeongju, na Coreia do Sul — sede da semana dos líderes da Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (Apec).
“Apenas diretores e superiores estão no Pentágono hoje”, disse uma autoridade japonesa ao “Nikkei Asia”. Com todos os funcionários abaixo instruídos a ficar em casa, “nossa interação terá que ser mínima” até que o trabalho seja retomado, disse a autoridade.
No Departamento de Estado, o escritório do Japão estava trabalhando com cerca de 75% da capacidade normal, com vários funcionários em licença na quarta e quinta-feira.
“Estamos monitorando os acontecimentos de perto”, disse um funcionário da Embaixada da Malásia. “Entramos em contato. O lado americano mantém uma presença limitada, apesar da paralisação, e os preparativos para a visita de Trump ainda estão em andamento”, disse ele.
Um funcionário da embaixada sul-coreana disse que “funcionários essenciais” estão trabalhando em escritórios do governo americano na quarta-feira, mas foi reticente quando questionado sobre quanto tempo espera que a paralisação dure. “Quem sabe?”, disse ele.
Trump deve ter uma agenda apertada visitando os três países em menos de uma semana. Em Kuala Lumpur, Trump deve se encontrar com o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, com quem as relações têm sido testadas nas últimas semanas, devido às compras de petróleo russo por Nova Déli.
Em Tóquio, Trump deve se encontrar com o novo primeiro-ministro do Japão, que ainda não foi escolhido, em substituição ao atual premiê, Shigeru Ishiba.
Na Coreia do Sul, Trump deve se encontrar com o presidente chinês, Xi Jinping, paralelamente à Apec, embora o lado chinês esteja demorando para confirmar a realização do encontro.
Alguns esperam que o presidente americano visite a Zona Desmilitarizada Coreana, entre as Coreias do Norte e do Sul, durante sua estadia, para um possível encontro com o líder norte-coreano, Kim Jong-un. Tal encontro ocorreu em junho de 2019, durante o qual Trump se posicionou brevemente ao lado norte-coreano.
O governo americano paralisou grande parte de suas operações ao virar meia-noite de quarta-feira, após o Congresso e a Casa Branca não conseguirem chegar a um acordo sobre financiamentos do governo.
A paralisação suspende o pagamento das tropas americanas e leva à licença remunerada de 750 mil funcionários federais, a um custo diário de US$ 400 milhões, segundo a agência de notícias Reuters.
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