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Agentes da Guarda Civil foram hostilizados por parte dos manifestantes de esquerda que ocuparam neste domingo (21) a Avenida Paulista, em São Paulo. O ato contra a PEC da Imunidade, apelidada também de PEC da Blindagem, e contra o projeto da anistia aos presos do 8 de janeiro de 2023 contou com shows e apresentações de diversos artistas e cantores.

Pouco antes das 17h, a multidão foi surpreendida pela chegada de mais de dez viaturas, parte delas da Guarda Civil. Elas entraram na avenida Paulista pelas duas extremidades da manifestação, afastando a aglomeração de pessoas de uma das pistas que começaram a bradar xingamentos contra as forças de segurança.

Apesar das hostilidades dos manifestantes, não houve confronto. De acordo com informações obtidas pela reportagem junto a agentes da Polícia Militar, a entrada das viaturas ocorreu na tentativa de encerrar o evento, cujo término estava agendado para as 16h.

Durante o ato, os participantes gritaram palavras de ordem contra a anistia e carregam placas e cartazes. Também foi aberta uma bandeira gigante do Brasil, em um contraponto ao ato ocorrido no Sete de Setembro, em que apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) se manifestaram a favor da anistia, e quando uma bandeira dos Estados Unidos foi aberta também na Avenida Paulista.

O evento contou com a participação de artistas – entre eles, Marina Lima, Otto e Jota.Pê – e também pede o fim da escala de trabalho 6×1, isenção do Imposto de Renda e taxação das grandes fortunas.

Além da Avenida Paulista, em São Paulo, as manifestações também aconteceram em capitais como Rio de Janeiro, Salvador, Brasília e Belo Horizonte. Os atos da esquerda foram convocados após a Câmara dos Deputados aprovar a PEC da Imunidade – batizada de PEC da Blindagem. A proposta de emenda constitucional prevê que qualquer abertura de ação penal contra parlamentares depende de autorização prévia da maioria absoluta do Senado ou da Câmara.

Agora a PEC está no Senado, onde sofre resistência dos senadores. Escolhido para relatar a proposta, o senador Alessandro Vieira (MDB-SE) já sinalizou que pretende apresentar um parecer pela rejeição. O presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Otto Alencar (PSD-BA), disse à GloboNews neste domingo que vai pautar o texto na próxima reunião do colegiado para “sepultar de vez esse assunto”.

A adesão dos manifestantes foi comemorada por aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). “O impacto no Congresso será inevitável. O parlamento precisa ouvir a voz das ruas e caminhar ao lado do povo que exige a consolidação da democracia, sem retrocessos”, disse o deputado José Guimarães (PT-CE), líder do governo na Câmara.