A Polícia Federal (PF) do Rio de Janeiro prendeu nesta terça-feira o desembargador Macário Júdice Neto, do Tribunal Federal da Segunda Região (TRF-2). A prisão se dá no âmbito da operação Unha e Carne, que investiga o vazamento da ação que prendeu, em setembro, o ex-deputado estadual Thiego Santos, conhecido como TH Joias, por envolvimento com o crime organizado. A mesma operação prendeu o presidente afastado da Assembleia Legislativa fluminense (Alerj), Rodrigo Bacellar (União Brasil).
Bacellar chegou a ficar detido preventivamente na superintendência da PF por uma semana, mas foi solto após o Parlamento estadual revogar a prisão. Ao ser solto, o deputado pediu licença do mandato por 10 dias.
Júdice Neto era o relator do processo contra Joias no TRF-2. A PF investiga se a informação da prisão do ex-parlamentar foi repassada pelo desembargador a Bacellar, que teria, então, avisado o aliado da operação.
A mulher do magistrado, Flávia Ferraço Lopes Júdice, trabalhava na diretoria-geral da presidência da Alerj, junto com Bacellar. Ela foi exonerada do cargo em 6 de novembro, segundo o Diário Oficial do Estado.
O Valor tenta contato com os advogados de Júdice Neto. O TRF-2 e a Alerj também não se pronunciaram sobre o caso.
Além da prisão do desembargador, a Polícia Federal (PF) também cumpre dez mandados de busca e apreensão no Rio e no Espírito Santo.
Júdice Neto tomou posse no TRF-2 em 2023, após ficar afastado por 17 anos da magistratura por acusação de vender sentenças em esquemas de caça-níqueis. Em 2014, o Supremo Tribunal Federal (STF) extinguiu a ação contra o magistrado por considerar não haver provas suficientes contra ele. Em 2022, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) determinou a volta de Júdice Neto à magistratura.
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