O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, anunciou nesta sexta-feira (26) em Nova York que pretende apresentar à Assembleia Geral da ONU uma resolução para criar um “exército de salvação” em defesa da causa palestina. A iniciativa, segundo ele, reuniria soldados de diferentes países e teria como objetivo “libertar a Palestina” diante do que classificou como “genocídio de Israel”.
Em discurso durante uma manifestação pro-Palestina realizada em Manhattan, que reuniu cerca de 2 mil pessoas, Petro disse que “as nações que votem a favor desta resolução terão a responsabilidade de configurar com seus exércitos esta grande unidade, pioneira no mundo, para fazer valer as ordens da justiça internacional”. O presidente colombiano caminhou ao lado do músico britânico Roger Waters, cofundador da banda Pink Floyd, e apareceu usando uma kufiya, tradicional lenço associado à causa palestina.
O plano de Petro se apoia no mecanismo “Uniting for Peace”, dispositivo da ONU que permite à Assembleia Geral tomar medidas quando o Conselho de Segurança está paralisado por vetos. A resolução, no entanto, precisaria do apoio de dois terços dos Estados-membros para avançar. Petro declarou ainda que “com o último veto (ao cessar-fogo em Gaza) que realizou os EUA no Conselho de Segurança, se acabou a diplomacia (…). Há que passar a outra fase da luta”.
Petro defendeu que a primeira missão do eventual exército seria a “libertação da Palestina” e disse esperar que “milhões de homens e mulheres de todo o planeta” se unam à proposta, em oposição a líderes como o presidente Donald Trump e o premiê Benjamin Netanyahu.
“Essas vozes serão silenciadas por seus próprios povos”, afirmou.
No mesmo ato, Petro comparou Israel aos nazistas, ao declarar que o que ocorre na “Palestina é um genocídio igual ao que sofreu o povo judeu ante os alemães nazis, mas esses nazis se vestem hoje com uma bandeira e com uma história que não lhes pertence: a do povo de Israel”.
A ideia de Petro em armar uma força internacional para os palestinos vai na contramão do próprio posicionamento de países que recentemente reconheceram o Estado da Palestina. Mesmo esses governos, alinhados com a causa, têm defendido publicamente a desmilitarização e a limitação da presença de grupos armados no futuro território palestino.
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