O papa Leão XIV voltou a definir a família como a união sagrada entre um homem e uma mulher. A declaração foi dada em sua primeira entrevista completa desde que assumiu o pontificado, publicada nesta quinta-feira (18) em uma nova biografia da jornalista americana Elise Ann Allen.
O pontífice afirmou que, assim como o seu antecessor, o papa Francisco, concebe a “família” como “um homem e uma mulher em compromisso solene, abençoados pelo sacramento do matrimônio”. As informações são do site Vatican News.
Papa Leão XIV e a ordenação de mulheres
O papa Leão XIV reafirmou uma mensagem de acolhimento da Igreja a todos, inclusive à comunidade LGBTQ+, mas afastou mudanças doutrinárias sobre casamento ou ordenação de mulheres. Ele, no entanto, destacou que pretende ampliar a presença feminina em cargos de liderança.
Na conversa, o pontífice abordou temas centrais da agenda global e da Igreja, como a guerra na Ucrânia, a crise humanitária em Gaza, as relações com a China, o papel das mulheres, o acolhimento à comunidade LGBTQ+, os casos de abuso sexual, a situação financeira do Vaticano, a reforma da Cúria, a inteligência artificial e a proliferação de fake news. Ele disse que enxerga sua missão como a de “construir pontes e evitar a polarização”.
Gaza, Ucrânia e China: Papa Leão XIV fala dos conflitos globais
Sobre Gaza, o papa expressou “grande preocupação” com a situação dos civis, em especial das crianças, e pediu esforços internacionais para garantir ajuda humanitária. Questionado sobre o uso do termo “genocídio”, ele afirmou que a Santa Sé, por enquanto, não fará uma declaração oficial, mas reconheceu que grupos de direitos humanos já levantam essa classificação.
Em relação à China, Leão XIV disse que continuará o diálogo iniciado por seus antecessores, buscando respeitar a cultura e as dificuldades enfrentadas por católicos locais. Já sobre os Estados Unidos, país de origem do pontífice, ele declarou que não pretende se envolver em disputas partidárias, mas destacou a necessidade de diálogo entre a Igreja americana e a política nacional.
Os desafios do Vaticano segundo o papa
Ao tratar da crise de abusos sexuais, reconheceu que se trata de uma “ferida profunda” e defendeu o respeito absoluto às vítimas, ao mesmo tempo em que lembrou a necessidade de proteger a presunção de inocência.
Na área administrativa, destacou avanços nos mecanismos de controle financeiro, mas alertou para desafios como o fundo de pensão dos funcionários e a dependência das receitas dos Museus Vaticanos. Ele também prometeu combater a mentalidade de “silos” dentro da Cúria, que limita a comunicação e a governança.
O pontífice criticou o uso político da liturgia tradicional, classificou as fake news como “destrutivas” e alertou para os riscos da inteligência artificial, que, segundo ele, pode ser conduzida por interesses econômicos sem o devido respeito à dignidade humana.
Leão XIV encerrou dizendo que encara sua missão com serenidade: “Estou aprendendo muito e me sinto desafiado, mas não sobrecarregado”.
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