A Operação Rejeito saiu da Justiça Federal e foi para o Supremo Tribunal Federal. Isso ocorreu porque, durante as investigações, apareceu, no celular de um dos investigados, o delegado federal Rodrigo Teixeira, um nome que possui foro privilegiado: o do senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
A operação apura a existência de um esquema de mineração ilegal em Minas Gerais. Empresas de fachada, registradas em nome de “laranjas”, estariam extraindo ilegalmente minério de áreas protegidas pelo valor histórico. Entre essas localidades, está a Serra do Curral, na região metropolitana de Belo Horizonte. As licenças necessárias eram obtidas por meio de pagamento de propina e documentos fraudados.
O nome aparece na foto de uma folha de papel, que mostra um diagrama com diversos nomes. Pacheco aparece ligado ao nome de “João Alberto (ex-deputado MDB)”. Ao UOL Pacheco afirmou que é amigo do ex-deputado João Alberto Lages. Pacheco ainda diz desconhecer a razão da investigação ir ao Supremo, e estranhou o envio à Corte neste momento, “veiculando o nome de diversas autoridades sem nenhum lastro de prova”. Ele nega qualquer vínculo ilegal com João Alberto.
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Ao todo, 40 empresas foram alvo de investigações. A Justiça bloqueou R$ 1,5 bilhão dos suspeitos, e cumpriu 79 mandados de busca e apreensão e 22 mandados de prisão preventiva.
Os investigados impetraram Habeas Corpus, que seriam julgados em 22 de outubro. Com a menção a Pacheco, porém, a tramitação foi interrompida, e o caso foi imediatamente remetido ao Supremo.
A citação ocorre em um momento delicado para Pacheco. O senador aparece entre os nomes mais cotados para a vaga de ministro do Supremo Tribunal Federal. Informações de bastidores, no entanto, indicam que o advogado-geral da União, Jorge Messias, será o indicado pelo presidente Lula (PT). Pacheco conta com o apoio do senador Davi Alcolumbre (União-AP) na articulação pela vaga. Por outro lado, movimentos identitários pressionam Lula a indicar uma mulher negra para o cargo.
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