Dados do observatório Atacama Large Millimeter Array (ALMA) mostraram que o 3I/Atlas desviou “quatro segundos de arco em ascensão reta” da trajetória prevista caso estivesse sob influência exclusiva da gravidade do Sol. O objeto interestelar continua intrigando cientistas devido às suas variações súbitas de brilho, composição, tamanho e rota.
No dia 28 de outubro, pesquisadores publicaram no ArXiv um estudo indicando que o cometa teve seu brilho intensificado, atingindo magnitude 9. As observações, feitas com auxílio do Telescópio Espacial James Webb, mostram que as mudanças no objeto podem refletir efeitos acumulados ao longo de bilhões de anos, como resultado da radiação cósmica.
Segundo o estudo, “as evidências combinadas, incluindo enriquecimento extremo de CO2, desgaseificação sustentada de CO e H2O e inclinações espectrais vermelhas (16–27% por k˚A), apontam para o processamento de raios cósmicos galácticos em escala de bilhões de anos como o mecanismo dominante que molda as propriedades atuais do 3I/Atlas”.
O que explica a mudança na trajetória do 3I/Atlas?
O aumento na velocidade do cometa se explica devido à aproximação do Sol. Como o astro ejeta água e gases, o calor solar fez com que parte do gelo presente no núcleo entrasse em sublimação. Assim, o 3I/Atlas ficou sensivelmente mais leve.
Com isso, ele perde massa e fica mais leve, o que resulta em um pequeno ganho de velocidade – não causado pela gravidade, mas pela liberação contínua de material.
Por que o cometa interestelar muda de cor?
Vermelho, verde e azul: essas são as três cores em que o forasteiro interestelar já foi registrado. No início de sua passagem pelo Sistema Solar, o 3I/Atlas exibia um tom avermelhado. Depois, passou a apresentar coloração esverdeada e, ao se aproximar do Sol, foi observado com um brilho azulado.
Segundo estudos publicados sobre o cometa, também em outubro, “a fotometria obtida pelos instrumentos SECCHI HI1 e COR2 do STEREO-A, LASCO C3 do SOHO e CCOR-1 do GOES-19, entre setembro e outubro de 2025, mostra um rápido aumento no brilho do cometa”. As três sondas citadas são voltadas à observação espacial.
Todas essas tonalidades estão relacionadas à composição do 3I/Atlas e à forma como ele interage quimicamente com o espaço.
Pesquisadores apontam que a cor avermelhada pode ter origem na grande quantidade de poeira expelida pela superfície. O brilho verde costuma indicar a presença de dióxido de carbono ou cianeto na nuvem de gás e poeira ao redor do cometa. Já o tom azulado estaria ligado à emissão de moléculas como cianogênio e amônia.
O site especializado Star Walk reforça que o fenômeno ainda está sendo estudado: “Os pesquisadores investigam quais gases são responsáveis por essa característica inesperada. Descobertas como essa fornecem pistas valiosas sobre a química de cometas formados em outros sistemas estelares”.
Quais são os próximos “destinos” do 3I/Atlas?
Para a CNN, o astrônomo Marcos Calil, da Urânia Planetária, afirmou que o forasteiro está indo embora do Sistema Solar. “Nesse momento, o pessoal começou a especular que ele poderia bater na Terra, o que é mentira. É um objeto enigmático, afinal, é o terceiro que passa pelo nosso sistema solar vindo de outro sistema, de outra estrela, e a gente não sabe direito o que ele é. Aí já começa aquela especulação de que é um OVNI, que de repente pode ser uma nave espacial. Então, trouxe toda essa fantasia imaginária.”, completou para o jornal.
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