O novo conselheiro do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE-SP), Wagner Rosário, chorou nesta sexta-feira (7) ao agradecer o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) durante seu discurso de posse. Rosário foi ministro da Controladoria-Geral da União (CGU) durante o governo Bolsonaro.
A cerimônia contou com a participação do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) André Mendonça e do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que também homenageou o ex-presidente.
“Flávio, faço uma homenagem ao seu pai, que me permitiu dar continuidade ao meu trabalho como ministro de Estado, me concedendo todo o apoio para a condução da CGU. Gostaria de contar hoje com a presença dele nesse auditório. Mas eu confio muito nas instituições brasileiras e sei que em breve estará conosco”, disse Rosário emocionado.
- Sem Fux, Primeira Turma rejeita recurso de Bolsonaro e mantém condenação
O discurso ocorreu horas antes de o Supremo Tribunal Federal (STF) rejeitar o recurso apresentado pela defesa de Bolsonaro contra sua condenação a 27 anos e três meses de prisão. Em setembro, a Primeira Turma condenou o ex-mandatário por suposta tentativa de golpe de Estado.
O novo conselheiro do TCE-SP precisou interromper o discurso algumas vezes para se recompor. No final do discurso, Rosário voltou a chorar e disse que seu papel na cerimônia de posse era agradecer à família, aos amigos e a todos que o acompanharam ao longo de sua carreira.
Mendonça faz oração durante cerimônia
Em seguida, Rosário pediu a Mendonça, que é pastor, e ao padre responsável pela paróquia que sua família frequenta em Brasília para que fizessem uma oração.
“Sabemos que o Estado é laico, mas ao mesmo tempo não podemos deixar de agradecer a Deus pela vida. Peço licença aos senhores, em respeito ao pedido do Wagner, para que tanto eu como o padre pudéssemos trazer uma palavra de bênção para este momento e para a vida de vocês. Nós vamos orar, na tradição evangélica baixamos a cabeça, convido a vocês a baixarem a cabeça”, disse o ministro, que orou pelos presentes.
O padre destacou que “justiça, caridade e bondade” são palavras que “vêm de Deus e nos elevam a sermos melhores” e rezou o “Pai Nosso”.
Tarcísio diz que gratidão a Bolsonaro “não prescreve”
Durante o evento, Tarcísio afirmou que sua gratidão por Bolsonaro não vai “prescrever” nunca. “Dizer, Flávio, que teu pai está presente aqui, conosco. Você representa o presidente Jair Bolsonaro que não está aqui, mas com certeza está muito feliz com a posse do Wagner Campos do Rosário”, disse o governador.
“Gratidão é algo que não prescreve, não vai prescrever nunca. Eu sou muito grato ao presidente Bolsonaro por tudo”, acrescentou. Com o ex-presidente inelegível, Tarcísio é cotado para disputar a presidência da República pelo campo da direita em 2026. O governador nega e afirma que tentará a reeleição em São Paulo.
Quem é Wagner Rosário
Natural de Juiz de Fora (MG), Wagner de Campos Rosário é formado em Ciências Militares pela Academia das Agulhas Negras, com pós-graduação pela Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais e mestrado em Combate à Corrupção e Estado de Direito pela Universidade de Salamanca, na Espanha.
Era auditor federal até assumir o cargo de ministro substituto da CGU entre junho de 2017 e junho de 2018, quando assumiu oficialmente o comando da pasta durante o governo Temer (MDB). Logo após ser eleito, Bolsonaro anunciou que manteria Rosário como ministro da CGU. Ele ocupou a função até 2022. Desde 2023, esteve à frente da Controladoria-Geral do Estado de São Paulo (CGE-SP) até ter seu nome indicado ao TCE-SP por Tarcísio.
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