O Conselho de Segurança da ONU realizou nesta terça-feira (23) uma reunião de emergência a respeito da pressão dos Estados Unidos sobre a Venezuela, e os embaixadores dos dois países nas Nações Unidas trocaram acusações.
O encontro em Nova York foi solicitado pelo regime chavista, devido ao bloqueio do governo Donald Trump de navios petroleiros sancionados que chegam à Venezuela ou partem do país sul-americano e à operação militar americana contra embarcações no Mar do Caribe e no Oceano Pacífico que Washington diz serem ligadas ao narcotráfico.
“Os Estados Unidos imporão e farão cumprir sanções na máxima extensão permitida para privar [o ditador Nicolás] Maduro dos recursos que ele utiliza para financiar o Cartel de Los Soles, que os Estados Unidos designaram como organização terrorista estrangeira, juntamente com o Tren de Aragua. Importante para esta reunião do Conselho de Segurança de hoje, isso inclui os lucros da venda do petróleo usados para financiar esses cartéis”, afirmou o embaixador Mike Waltz, representante americano na ONU, segundo informações de agências internacionais.
“A capacidade de Maduro de vender petróleo da Venezuela permite sua reivindicação fraudulenta de poder e suas atividades narcoterroristas. O povo da Venezuela, francamente, merece algo melhor. Esse povo que sofreu sob a ditadura socialista de Maduro”, acrescentou, lembrando que Washington não reconhece o regime chavista.
Archie Young, embaixador do Reino Unido, um dos cinco países com assento permanente no Conselho de Segurança da ONU (ao lado de EUA, Rússia, China e França), lembrou da fraude eleitoral de 2024 que manteve Maduro no poder e das violações de direitos humanos na Venezuela, mas não manifestou apoio às ações americanas na região.
“Continuaremos a trabalhar para alcançar uma transição pacífica e negociada na Venezuela, que garanta que a vontade de todos os venezuelanos seja respeitada”, disse Young.
O embaixador da Venezuela na ONU, Samuel Moncada, disse na reunião que o país está sendo submetido à “maior extorsão” da sua história.
“Estamos diante de uma potência que age fora do direito internacional, exigindo que os venezuelanos abandonem nosso país e o entreguem”, acusou.
O enviado da Rússia (aliada de Maduro) à ONU, Vassily Nebenzia, disse que o bloqueio dos Estados Unidos a petroleiros sancionados da Venezuela é “ilegal” e um “ato de agressão” e que a ação americana pode “se tornar um modelo para futuros atos de força contra Estados latino-americanos”.
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