A decisão foi proferida no começo da tarde desta terça-feira (23) e atende a uma solicitação feita pela defesa do ex-presidente pela manhã. Será a primeira vez que o ex-presidente deixará a Superintendência Regional da Polícia Federal, em Brasília, onde cumpre a pena de 27 anos e 3 meses de prisão por tentativa de golpe.

A decisão de Moraes diz que o transporte do ex-presidente do local onde está preso até o hospital seja realizado pela PF. As autoridades policiais também deverão vigiar Bolsonaro 24 horas por dia durante toda a sua internação. Está proibida, além disso, a entrada de dispositivos eletrônicos, como celulares, no quarto.

“A Polícia Federal deverá providenciar a completa vigilância e segurança do custodiado durante sua estadia, bem como do hospital, mantendo equipes de prontidão. A Polícia Federal deverá garantir, ainda, a segurança e fiscalização 24 horas por dia, mantendo, no mínimo dois policiais federais na porta do quarto do hospital, bem como as equipes que entender necessárias dentro e fora do hospital”, afirma o ministro na decisão.

Filhos não terão passe livre

Michelle é a única que poderá acompanhar Bolsonaro. Outras visitas deverão ser autorizadas previamente por Alexandre de Moraes. A defesa havia pedido que os filhos Carlos e Flávio fossem os “acompanhantes secundários” do ex-presidente.

Pela manhã, a defesa de Bolsonaro solicitou autorização para que Bolsonaro fosse encaminhado para o hospital em 24 de dezembro para realizar os exames preparatórios para realizar a cirurgia no dia seguinte. O procedimento já havia sido autorizado pelo ministro Alexandre de Moraes, que solicitou mais informações ao hospital antes de decidir sobre a data.

A necessidade do procedimento foi justificada com a apresentação de exames pelos médicos do ex-presidente e a partir de uma perícia da Polícia Federal (PF), realizada a partir de uma determinação do próprio ministro.

No laudo, os peritos indicaram que o ex-presidente precisava de uma cirurgia “o mais breve possível”, mas apontaram que o procedimento tem caráter eletivo, ou seja, não urgente.

Hérnia e crises de soluço

Segundo a PF, Bolsonaro é portador de uma hérnia inguinal bilateral, uma espécie de protuberância do tecido abdominal que atravessa a parede muscular da virilha. Os peritos indicaram que ele precisa de reparo cirúrgico.