A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro afirmou neste sábado (8) que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) “faz aliança com o crime” e “abandona a vítima”. A declaração ocorreu durante o evento do PL Mulher, em Londrina (PR).

Michelle ainda criticou o Congresso por “estar de joelhos” para o Supremo Tribunal Federal (STF) e destacou que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) é a “única opção” da direita nas eleições de 2026.

“Ele [Lula] não nos representa. Ele não representa o povo de bem do Brasil. Um homem que faz aliança com crime. Hoje há uma inversão de valores enorme. Ele fica do lado do crime e abandona a vítima”, disse a ex-primeira-dama.

Ela também afirmou que o petista “pensa em entregar a pensão para as famílias dos criminosos”. No entanto, o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC) informou que não procede a informação sobre suposta proposta de assistência financeira a familiares de mortos durante a megaoperação policial no Rio de Janeiro.

“O MDHC não foi consultado sobre o assunto e esclarece que as informações veiculadas são inverídicas”, diz o comunicado da pasta. (Veja a íntegra da nota do MDHC abaixo)

“As famílias das vítimas vão receber alguma coisa? Eu quero perguntar ao senhor, presidente Lula, o senhor vai entregar também uma pensão para aquela mãezinha da Asa Sul que perdeu o seu filho, coleguinha da minha filha, que foi esfaqueado até a morte por causa de um celular?”, questionou Michelle.

A operação no Rio terminou com 113 presos e 121 pessoas mortas, quatro delas eram policiais. Michelle apontou que “nenhuma mãe coloca um filho no mundo para se envolver com crime”. “Quantas mães estão chorando no Rio de Janeiro. A gente viu cada depoimento triste: ‘Não foi isso que eu quis para vida do meu filho. Eu lavava roupa, trabalhava’”, disse.

Bolsonaro é a única opção para 2026, diz Michelle

Durante o evento, Michelle afirmou que Bolsonaro é o único candidato que pode representar a direita nas eleições presidenciais de 2026. O ex-presidente está inelegível até 2030 por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

“Quero dizer que não há outra opção para a presidência da República [em 2026]. A única opção para presidente da República da direita chama-se Jair Messias Bolsonaro. Se não acontecer, não existe democracia no Brasil. Se não acontecer, esse é o verdadeiro golpe que o Judiciário está dando no povo de bem no povo brasileiro”, enfatizou.

Bolsonaro foi condenado a 27 anos e três meses de prisão pela suposta tentativa de golpe de Estado. Na sexta-feira (7), a Primeira Turma rejeitou o recurso apresentado pela defesa do ex-mandatário e manteve a condenação. Ele está em prisão domiciliar desde 4 de agosto. Para a ex-primeira-dama, o marido está há “96 dias preso ilegalmente”.

“O meu marido passou pela última cirurgia e nunca mais conseguiu se recuperar do soluço. Ele chega à exaustão. Tem vários problemas de saúde, não por conta da cirurgia, mas por não ter tido tempo para se recuperar, paz de espírito para se recuperar, um ambiente favorável… Mas essa injustiça vai acabar”, destacou.

Michelle defendeu a anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023. A proposta, que está parada na Câmara dos Deputados, pode beneficiar Bolsonaro.

“Nós vimos que foi uma emboscada o que fizeram com grande parte das pessoas que estavam acampadas em Brasília. O ônibus chegou para retirar aquelas pessoas, que achavam que iriam pra rodoviária, mas foram para um campo de concentração”, afirmou a ex-primeira-dama sobre os presos do 8 de janeiro.

Congresso “está de joelhos” para o STF

Michelle, que é presidente nacional do PL Mulher, afirmou que as leis aprovadas pelo Congresso são anuladas, caso não estejam “em concordância” com o Supremo. “A gente tem visto um Congresso de joelhos em frente ao STF. Isso é uma tristeza muito grande para a gente. Hoje, infelizmente, só quem governa é o Judiciário”, disse.

Ela ressaltou que o objetivo da direita é renovar o Congresso e lembrou uma fala de Bolsonaro, segundo a qual as pessoas só entenderão a política quando compreenderem que “até o botijão de gás delas passa pelo Congresso”.

Veja a íntegra da nota do MDHC

“O Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC) informa que não procede a informação divulgada em alguns sites de notícias e redes sociais sobre suposta proposta de assistência financeira a familiares de mortos no Rio de Janeiro. O MDHC não foi consultado sobre o assunto e esclarece que as informações veiculadas são inverídicas.

A presença da equipe federal no território atendeu à necessidade de dialogar diretamente com as comunidades e contribuiu para a retomada do funcionamento regular dos serviços e para a garantia de direitos. O MDHC reitera que não fez nenhum anúncio de ajuda financeira às famílias.

A visita da ministra Macaé Evaristo ao Rio de Janeiro teve como principal objetivo o acolhimento às comunidades afetadas e a discussão sobre a retomada imediata dos serviços públicos de educação, saúde e assistência social nas áreas impactadas. Entre as principais ações realizadas pela missão do MDHC estão:

• Articulação com órgãos públicos para garantia do funcionamento de escolas, hospitais e equipamentos essenciais;
• Mapeamento das necessidades locais e coordenação de apoio técnico e institucional, com base em protocolos humanitários internacionais.

O órgão também abriu um canal específico no Disque 100 para receber relatos das comunidades impactadas pelas operações. O MDHC reitera o compromisso do Governo do Brasil com o combate ao crime organizado, desmantelando suas estruturas de organização e fontes de financiamento.”