A equipe médica que atende Jair Bolsonaro (PL) informou, na tarde desta segunda-feira (29), que o ex-presidente tem um quadro de saúde estável após o novo procedimento de bloqueio do nervo frênico para conter as crises de soluço.

Bolsonaro apresentou pressão alta durante a intervenção e precisou ficar mais tempo no centro cirúrgico até que a medicação fizesse efeito. No último sábado (27), o ex-mandatário já havia tido uma crise hipertensiva.

O cirurgião Claudio Birolini apontou que são necessárias 48 horas para avaliar os resultados do procedimento realizado nesta tarde. Ele afirmou que o ex-presidente será submetido a uma nova endoscopia digestiva alta até quarta-feira (31).

O cardiologista Brasil Caiado ressaltou que os “soluços persistentes ou intratáveis” demandam “cuidado especial”, pois são quadros “extremamente raros”.

Segundo o médico, as crises de soluço podem ocorrer após cirurgias de abdômen e em razão de doenças do trato gastrointestinal, duas situações enfrentadas por Bolsonaro. “Por ele ter um quadro com essa severidade, demandou um pouco mais de cuidado da nossa parte”, disse.

Caiado destacou que o tratamento foi dividido em três partes para priorizar o cuidado com a alimentação, que foi fracionada, e com a medicação em paralelo aos procedimentos para o bloqueio do nervo frênico.

“Ele respondeu relativamente bem, mas não obtivemos o resultado desejado. Ele melhorou com a dieta e com a medicação e acrescenta-se a isso o bloqueio do nervo. Sempre lembrando que é um tratamento multifatorial”, afirmou Caiado.

O cardiologista explicou que a dose de medicação foi aumentada para ampliar a eficácia do tratamento no procedimento desta segunda. A equipe médica estima que, se não houver nenhuma intercorrência, Bolsonaro poderá ter alta na próxima quinta-feira (1º).

Birolini afirmou que uma nova polissonografia confirmou que Bolsonaro tem um quadro de apneia do sono severa, com aproximadamente 50 episódios de interrupção de sono por hora, inclusive com “padrão obstrutivo”.

Por isso, nos próximos dias, o ex-presidente deve usar aparelhos, como CPAP e BiPAP, que atenuam a apneia e melhoram a qualidade do sono.