A Polícia Civil do Rio de Janeiro voltou a colocar São João de Meriti no centro das atenções ao prender, nesta terça-feira, o vereador Ernane Aleixo, apontado como um dos articuladores políticos ligados ao Terceiro Comando Puro (TCP). A detenção faz parte da Operação Muro de Favores, que investiga o apoio logístico, político e territorial oferecido por agentes públicos ao crime organizado na Baixada Fluminense.

A ação reacende uma crise na Câmara Municipal, que já havia enfrentado o impacto da prisão do vereador Marcos Henrique Matos de Aquino, detido anteriormente em outra operação que investigava movimentações financeiras e apoio estrutural a facções. Aquino foi o primeiro vereador meritienses preso, inaugurando uma sequência de investigações que agora alcança Ernane Aleixo.

A QUEDA DE ERNANE ALEIXO

Ernane, eleito com expressiva votação e já em seu quinto mandato consecutivo, passou a ser investigado após cruzamentos de dados da inteligência policial. Os relatórios apontam que o vereador teria oferecido suporte logístico ao tráfico, incluindo liberação de materiais para montagem de barricadas no bairro Vilar dos Teles.

Essas barricadas impediam a entrada da polícia, dos serviços públicos e até mesmo de ambulâncias — reforçando o domínio territorial do TCP na região.

De acordo com os investigadores, há áudios, mensagens e registros de troca de favores indicando que o vereador recebeu benefícios eleitorais e financeiros em troca de apoio operacional à facção.

O PRIMEIRO VEREADOR PRESO: MARCOS AQUINO

Antes de Ernane, o vereador Marcos Henrique Matos de Aquino (Republicanos) já havia sido detido em operação da Polícia Civil. Aquino foi preso por suspeita de ligação financeira com facções e por movimentações incompatíveis com sua renda formal.

Sua prisão marcou o primeiro grande impacto dentro da Câmara Municipal, revelando indícios de que o crime organizado exerce influência direta sobre setores da política local.

A prisão de Ernane Aleixo reforça essa linha de investigação e sugere que o problema pode ser mais aprofundado do que se imaginava.

A ESFERA POLÍTICA TREME

Com dois vereadores presos em menos de um ano, São João de Meriti enfrenta um abalo institucional significativo:

• A Câmara Municipal opera sob forte pressão política e social.
• A população reage ao risco de “poder paralelo” dentro das instituições oficiais.
• A segurança pública intensifica ações na Baixada, especialmente em áreas dominadas por barricadas.

As prisões expõem o modo como facções expandem influência através de alianças políticas, um fenômeno que ainda desafia a Baixada Fluminense.

INVESTIGAÇÃO EM ANDAMENTO

A Polícia Civil afirma que novas diligências serão realizadas para identificar outros possíveis agentes políticos envolvidos. As barricadas da região já começaram a ser mapeadas e devem ser removidas pelos próximos dias, reforçando a retomada territorial pelo Estado.

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