O regime do ditador Nicolás Maduro anunciou nesta segunda-feira (13) o fechamento das embaixadas da Venezuela na Noruega e na Austrália e a abertura de novas sedes diplomáticas em Zimbábue e Burkina Faso.
A decisão ocorre três dias depois de o Comitê Norueguês do Nobel, com sede em Oslo, ter concedido o Prêmio Nobel da Paz de 2025 à líder opositora María Corina Machado, em reconhecimento à sua “incansável luta na promoção dos direitos democráticos do povo venezuelano e por sua luta por uma transição justa e pacífica da ditadura à democracia”.
Em comunicado oficial, o regime chavista afirmou que a medida faz parte de uma “realocação estratégica de recursos” e visa “fortalecer as alianças com o sul global”. Caracas acrescentou que as relações bilaterais e o atendimento consular a venezuelanos na Noruega e na Austrália passarão a ser realizados por “missões diplomáticas concorrentes”, cujos detalhes serão informados posteriormente.
“O governo da República Bolivariana da Venezuela ratifica que estas ações refletem sua vontade inquebrantável de defender a soberania nacional e contribuir ativamente para a construção de um novo ordenamento mundial, baseado na justiça, solidariedade e inclusão”, diz o texto.
O Ministério das Relações Exteriores da Noruega lamentou a decisão e classificou o encerramento da embaixada venezuelana em Oslo como “sem justificativa”.
“É lamentável”, afirmou Cecilie Roang, porta-voz da chancelaria norueguesa, ao jornal Verdens Gang. “Embora tenhamos opiniões diferentes sobre vários assuntos, a Noruega deseja manter aberto o diálogo com a Venezuela e trabalhará para isso”, acrescentou.
Segundo a agência norueguesa NTB, não há confirmação de que o fechamento da embaixada esteja diretamente relacionado ao prêmio concedido a María Corina Machado, mas a coincidência temporal reforçou a percepção de retaliação diplomática por parte do regime chavista.
A Noruega tem sido mediadora em diversos diálogos entre o chavismo e a oposição, incluindo o Acordo de Barbados de 2023, que previa garantias eleitorais para as eleições presidenciais de 2024. O pacto, no entanto, foi rompido após denúncias de fraude e a “reeleição” de Maduro sem a divulgação detalhada dos resultados.
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