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Macacos mais raros do mundo são flagrados por câmera de trilha

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Câmeras de trilha revelaram um feito histórico para a ciência e a conservação ambiental: o registro inédito do esquivo e criticamente ameaçado Gorila-Do-Rio-Cross, considerado um dos macacos mais raros do mundo.

Essa subespécie do Gorila-Ocidental – ameaçada pela caça e pela perda de habitat devido ao desmatamento – tem uma população estimada de apenas 200 a 300 indivíduos adultos vivendo na natureza, segundo o Fundo Mundial para a Natureza (WWF). A espécie é considerada um dos símbolos da luta contra a extinção de primatas.

Como as imagens dos macacos mais raros do mundo foram capturadas?

As câmeras automáticas foram posicionadas estrategicamente por pesquisadores em parceria com comunidades locais e guardas ambientais.

Conhecidas como câmeras de trilha, elas funcionam com sensores de movimento capazes de capturar imagens sem interferir no comportamento dos animais, garantindo registros autênticos da fauna selvagem rara.

O jornal The Guardian Nigeria informou que dois machos prateados foram avistados em diferentes áreas do Santuário de Vida Selvagem de Afi Mountain, na Nigéria, por estudantes da Universidade de Calabar, como parte da Iniciativa Gorila-do-Rio-Cross.

Lançada em 2022 como um programa de bolsas de pós-graduação pelo Wilder Institute, em parceria com a Fundação Nigeriana para a Conservação (NCF) e o Centro de Pesquisa em Conservação da Biodiversidade (CBCR), a iniciativa tem como objetivo facilitar e promover os esforços de conservação dos gorilas por meio de pesquisa, ao mesmo tempo em que estimula o engajamento colaborativo e comunitário.

Gorila-do-Rio-Cross, uma das espécies de macacos mais raras do mundo, capturadas via câmera de trilha na Nigéria. (Foto: © WCS Nigéria)

Para os cientistas, as imagens representam muito mais do que um sucesso visual. Elas fornecem dados essenciais para mapear territórios, hábitos e movimentações da espécie, fortalecendo estratégias de conservação ambiental. Além disso, confirmam a necessidade de áreas de proteção, como o santuário de Afi Mountain, na manutenção da biodiversidade.

“Essas descobertas destacam o papel vital do santuário na proteção dos gorilas e a necessidade de mais pesquisas e colaboração para conservar o Gorila-Do-Rio-Cross e a rica biodiversidade da região”, disse o professor Francis Bisong, da Universidade de Calabar, ao The Guardian.

Adekanmbi Cole Adeyinka, estudante de mestrado do Departamento de Florestas e Vida Selvagem da universidade, disse ao jornal: “Esse avistamento é mais do que apenas um sucesso visual. Ele ressalta a importância do envolvimento da comunidade e da pesquisa inovadora na conservação. Trabalhando em estreita colaboração com as comunidades locais, não estamos apenas reunindo dados cruciais, mas também promovendo uma compreensão mais profunda e um compromisso com a proteção desses incríveis grandes macacos e de seu habitat”.

Como visto em outros casos de animais raros ou ameaçados de extinção, como as Baleias-Azuis e o Rato-Da-Madeira de Allegheny, não é impossível que espécies cuja população foi reduzida pela atividade humana consigam se recuperar. Até mesmo outras espécies de gorilas foram revitalizadas por meio de esforços de reflorestamento.

Riscos à sobrevivência de uma das espécies mais raras do mundo

As principais ameaças vêm da caça ilegal e da perda de habitat causada pelo desmatamento. Assim como ocorre em outras partes do mundo, a exemplo do Vietnã, onde vivem primatas igualmente raros, como o Langur de Delacour, essas são situações que colocam os primatas em risco de extinção, exigindo ação urgente de governos, instituições e comunidades.

Segundo os pesquisadores, o envolvimento comunitário foi decisivo na empreitada. Estudantes trabalharam lado a lado com caçadores locais e eco-guardas para posicionar as câmeras, unindo conhecimento científico e saber tradicional. Essa colaboração é vista como modelo de conservação inclusiva, em que comunidades, universidades e governos atuam em conjunto para garantir a sobrevivência dos macacos mais raros do mundo.

A gerente de conservação do Wilder Institute, Dra. Mary Liao, disse ao The Guardian: “Estou incrivelmente impressionada com Cole por sua colaboração com caçadores locais e guardas florestais na colocação estratégica das armadilhas fotográficas, demonstrando uma combinação perfeita de conhecimento científico e comunitário e incorporando a essência da conservação inclusiva”.

O trabalho em conjunto para fortalecer as populações e acelerar o conhecimento é uma das grandes razões para o sucesso do programa. A expectativa é que a Iniciativa Gorila-do-Rio-Cross sirva de exemplo de como comunidades locais e especialistas podem trabalhar lado a lado para salvar mais espécies ameaçadas.

Casos como esse reforçam que a recuperação de espécies é possível. Baleias-azuis e outras populações de gorilas já mostraram sinais de crescimento graças a programas de reflorestamento e proteção ambiental. O registro do Gorila-Do-Rio-Cross surge como esperança para a conservação global da fauna, indicando que iniciativas de monitoramento podem reverter trajetórias de desaparecimento.

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