O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quinta-feira (18) que ficou surpreso ao saber que a Itália não gostaria de assinar o acordo de livre comércio com o Mercosul devido a uma “confusão política” com os agricultores locais. Lula afirmou que, hoje, ligou para a primeira-ministra do país, Giorgia Meloni, que garantiu, no entanto, ser “capaz” de convencê-los a aceitar a proposta.
“A novidade pra mim foi a Itália. Eu liguei hoje para a primeira-ministra, conversei com a ela, disse para ela que a data de 20 de dezembro não foi uma data proposta por nós, foi pela Ursula von der Leyen [presidente da Comissão Europeia] e António Costa [presidente do Conselho Europeu], dizendo que no dia 19 de dezembro eles iriam votar em Bruxelas e viriam aqui para nós assinarmos o acordo”, declarou Lula em café da manhã com jornalistas.
Durante a conversa com o presidente, Meloni pediu que o chefe do Executivo brasileiro tenha “paciência de uma semana, dez dias, no máximo um mês”, para que a Itália participe do tratado. A ministra ponderou, também, que não é contra a assinatura, mas está vivendo um “certo embaraço político” com os agricultores italianos. Em reposta, Lula garantiu que colocará a questão na reunião do Mercosul.
Ontem, o presidente já havia elevado o tom ao comentar as notícias de que a União Europeia pode postergar, mais uma vez, a assinatura do acordo com Mercosul. Segundo Lula, caso os europeus se recusem a concluir o tratado, o seu governo vai ser “duro daqui pra frente” e não aceitará discutir este acordo enquanto o petista for presidente do Brasil.
“É importante lembrar que essa reunião do Mercosul era [para ser realizada] dia 2 de dezembro. Eu mudei para o dia 20 de dezembro porque a União Europeia pediu. E eu agora eu estou sabendo que eles não vão conseguir aprovar o acordo. Se não fizer agora, o Brasil não fará mais acordo enquanto eu for presidente”, disse o presidente.
Nesta manhã, o presidente voltou a reconhecer que o acordo “mais favorável” aos europeus do que aos sul-americanos, mas, ainda assim, Itália e França estariam dificultando a conclusão do acordo. “Os europeus não perdem nada com esse acordo (…) É importante até do ponto de vista político, da defesa do multilateralismo, até do ponto de vista de revalorizar a construção da OMC”, afirmou Lula.
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