O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o governo brasileiro espera contar, em breve, com o engajamento do Novo Banco de Desenvolvimento (também conhecido como Banco do Brics), do Banco Africano de Desenvolvimento e de outros bancos regionais no Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF, na sigla em inglês). O fundo busca levantar recursos públicos e privados para financiar a manutenção das florestas tropicais.
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“Quando a destruição das florestas atingir pontos irreversíveis, [os efeitos] serão sentidos nos quatro cantos do mundo. As florestas valem mais em pé do que derrubadas”, disse o presidente da República durante almoço oferecido aos líderes dos países que possuem florestas tropicais e dos países que se comprometem a investir no TFFF. A reunião acontece durante a Cúpula do Clima de Belém. O almoço é reservado, mas a fala do presidente foi transmitida para a imprensa.
Lula lembrou que o governo brasileiro foi a primeira nação a anunciar aporte no TFFF. “No evento que organizamos em setembro, em Nova Iorque, o Brasil anunciou que será o primeiro a investir US$ 1 bilhão nesse fundo. Em breve, esperamos contar também com o engajamento do Novo Banco de Desenvolvimento do Brics, do Banco Africano e outros bancos regionais”, disse.
A gestão Lula busca recursos públicos e privados para viabilizar o TFFF, que propõe um novo modelo de financiamento climático para preservação das florestas tropicais. A meta é que o fundo tenha US$ 125 bilhões sob gestão ao longo do tempo, sendo US$ 25 bilhões levantados via financiamento público e o restante de recursos privados.
Lula destacou que, diferentemente de outros mecanismos financeiros, o TFFF não é baseado em doação. Os valores levantados serão reinvestidos em ações e títulos, dentro de um portfólio diversificado, para remuneração dos investidores. Parte do lucro será repassada aos países com florestas tropicais para investimentos em preservação.
Durante seu discurso, ele defendeu que as florestas deveriam integrar o Produto Interno Bruto (PIB) dos países. “Os serviços ecossistêmicos que prestam para a humanidade precisam ser remunerados, assim como as pessoas que protegem as florestas.”
Em um recado para tentar mobilizar recursos ao TFFF, que é uma iniciativa inédita iniciada durante a COP28, Lula disse que os fundos verdes e climáticos internacionais não estão à altura dos desafios da mudança climática.
“Foi com esse senso de urgência que, desde a COP28, reunimos um grupo de países de florestas tropicais e países investidores para desenhar esse mecanismo. Contamos com o apoio de organizações internacionais e da sociedade civil”, ressaltou.
Ele defendeu que o TFFF inova em relação os mecanismos existentes de financiamento ao propor um novo modelo de governança para o fundo. “Suas instâncias decisórias vão corrigir antigas assimetrias e contarão com a presença, em pé de igualdade, de países investidores e de países de florestas tropicais.”
Além disso, todo os anos, será feito monitoramento por satélite para identificar se os países estão respeitando a meta de manutenção do desmatamento abaixo de 0,5%. “Reflorestamentos serão contabilizados com o tempo”, prometeu Lula.
No mundo, existe 1,1 bilhão de hectares de florestas tropicais distribuídos em 73 países em desenvolvimento.
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