O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quarta-feira (17) que vetará o projeto de anistia ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), caso a proposta seja aprovada pelo Congresso. Nesta noite, a Câmara dos Deputados analisa a urgência do PL da anistia, após forte pressão da oposição.
“Se viesse para eu vetar, pode ficar certo de que eu vetaria. Pode ficar certo que eu vetaria”, disse Lula em entrevista à BBC News Brasil e à BBC News. Contudo, o veto presidencial pode ser derrubado pelo Congresso.
O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou que pautou o requerimento porque o “Brasil precisa de pacificação e de um futuro construído em bases de diálogo e respeito”.
- Após acordo, Câmara vota urgência de projeto da anistia nesta noite
Apesar de declarar que vetará o texto, Lula apontou que cabe ao Congresso decidir sobre o tema. “O presidente da República não se mete numa coisa do Congresso Nacional. Se os partidos políticos entenderem que é preciso dar anistia e votar a anistia, isso é um problema do Congresso”, afirmou.
No último dia 11, a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) condenou Bolsonaro a 27 anos e 3 meses de prisão pela suposta tentativa de golpe de Estado. Outros sete réus do chamado “núcleo crucial” também foram condenados.
O ex-presidente está em prisão domiciliar desde o início de agosto. Questionado se a Justiça brasileira pode ser política, como ele próprio afirmava quando foi alvo da Lava Jato, o petista disse ter sido preso sem provas.
“Acho que ele [Bolsonaro] foi julgado por um crime que ele cometeu. Não tem política nisso. Eu fui julgado sem ter direito de defesa. Fui julgado, fiquei 580 dias preso, até hoje não provaram absolutamente nada. E a sentença que deram para mim era que eu tinha cometido um crime chamado fato indeterminado, ou seja, uma má-fé”, afirmou.
“No caso do ex-presidente, você tem provas concretas, você tem delações concretas, você tem documentos concretos escritos por eles. Então, não há como você tentar colocar que foi um julgamento político”, enfatizou o chefe do Executivo.
Lula disse à BBC que não comemorou a condenação de seu antecessor. “Eu acho que não é para se comemorar o julgamento feito pela Suprema Corte contra um homem que cometeu muitos erros. O que é importante que as pessoas tenham clareza é que não foi um homem ou três homens que foram julgados”, disse.
@jornaldemeriti – Aqui você fica por dentro de tudo.
Fala com a gente no WhatsApp: (21) 97914-2431