O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reuniu nesta segunda-feira (22) com o diretor-executivo do TikTok, Shou Zi Chew, em Nova York. Os dois discutiram sobre a regulação das big techs e a possibilidade de investimentos em data centers no Brasil. O encontro foi solicitado pelo empresário e durou cerca de 30 minutos.

A primeira-dama Janja participou do início da reunião. O ministro da Educação, Camilo Santana, e o governador do Ceará, Elmano de Freitas (PT), também estiveram presentes. O chefe do TikTok teria confirmado a intenção de investir em centros de processamento de dados no Ceará, mas não teria citado valores, segundo apuração do portal Poder360.

“Estivemos reunidos hoje, juntamente com o presidente Lula, com o CEO do TikTok, em Nova Iorque, para tratarmos de assuntos de interesse do Brasil e do Ceará. Seguimos determinados na luta para fazer nosso estado e nosso país cada vez mais fortes e desenvolvidos”, disse Elmano nas redes sociais após o encontro.

Em maio, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, falou sobre a negociação entre o Brasil e a plataforma para a construção de um data center no Ceará afirmou que o investimento estimado era de R$ 50 bilhões.

Além disso, integrantes da comitiva brasileira apresentaram a legislação de combate a adultização de crianças nas redes sociais, sancionada na semana passada. Um representante da empresa chinesa teria concordado com a necessidade de impor regras para o uso da plataforma por menores de idade.

De acordo com o Poder360, o cobrança de Janja sobre a regulação do TikTok feita durante a agenda oficial de Lula na China, em maio, não foi citada durante o encontro desta segunda. Na ocasião, Lula defendeu a primeira-dama e criticou publicamente seus ministros após um episódio que teria gerado constrangimento com o ditador chinês Xi Jinping.

Janja teria reclamado que o algoritmo do TikTok favorece conteúdos da direita e teria citado casos de violência contra mulheres e menores de idade na plataforma. Xi teria dito que o Brasil tem o direito de regular ou banir a rede social. O casal negou qualquer incomôdo com o líder chinês.

O presidente chegou a dizer que Janja “não é uma cidadã de segunda classe” e defendeu o direito dela de se manifestar, pois ela “entende mais de digital” do que ele. Ao voltar para o Brasil, a primeira-dama atribuiu as críticas ao seu comportamento durante a agenda oficial ao “machismo” e à “misoginia”.

Esta foi a primeira vez que o petista se reuniu com representantes da plataforma, controlada pela empresa chinesa Byte Dance. Lula está nos Estados Unidos para participar da Assembleia-Geral da ONU. Ele fará o discurso de abertura do evento nesta terça-feira (23).