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Lucro consolidado da Tenda cresce 47% no 3º tri, para R$ 112 milhões, mas Alea tem prejuízo | Empresas

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No terceiro trimestre deste ano, a incorporadora Tenda registrou lucro líquido consolidado de R$ 111,7 milhões, um crescimento de 46,6% sobre o mesmo período de 2024.

A operação da marca Tenda, de prédios para o programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV), gerou R$ 146,4 milhões de lucro líquido, 59% mais do que um ano antes. Já a operação Alea, de casas pré-fabricadas, reportou prejuízo líquido de R$ 34,8 milhões no período, ante prejuízo de R$ 15,9 milhões no terceiro trimestre de 2024.

A receita líquida da incorporadora subiu 24,5% no mesmo intervalo, para R$ 1,1 bilhão. A margem bruta avançou 0,2 ponto, para 29,5%.

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado atingiu R$ 187 milhões, aumento de 24% em um ano, com margem de 16,5%, estável sobre o terceiro trimestre do ano passado.

O diretor financeiro Luiz Maurício Garcia avalia que o desempenho da companhia tem sido muito positivo, graças a uma combinação de fatores favoráveis: inflação baixa, desemprego baixo e crescimento de renda, aliados a um MCMV sadio e a programas de cheques estaduais, que ajudam a manter a demanda acesa, bem como a uma situação demográfica favorável para a compra de residências.

Outro fator positivo está a caminho. Garcia destaca que a isenção de imposto de renda para famílias que ganham até R$ 5 mil, aprovada nesta semana, vai beneficiar clientes da faixa 3 do MCMV, justamente onde a Tenda tem focado em aumentar a sua participação. “Traz um benefício importante ao mercado”, diz.

De julho a setembro, a empresa registrou R$ 157,1 milhões em geração de caixa operacional e R$ 77,2 milhões na versão líquida. Sua dívida líquida soma R$ 200,9 milhões, um recuo de 53,5% em um ano.

A Alea consumiu R$ 24,1 milhões em caixa no período, enquanto a marca Tenda gerou R$ 139,2 milhões. A administração da incorporadora afirma, no material que acompanha a divulgação do balanço, que pretende atingir o “breakeven” de caixa da Alea até 2027.

No lado operacional, foram 14 empreendimentos lançados, nas marcas Tenda e Alea, com R$ 1,56 bilhão em valor geral de venda (VGV) potencial, redução de 27,3% em um ano. A empresa destaca que esse volume ficou “aquém do objetivo inicial” para o período, de R$ 2 bilhões, mas que pretende superar o patamar no próximo trimestre. Segundo Garcia, o ano deve terminar com cerca de R$ 6 bilhões em VGV, ante R$ 5,4 bilhões em 2024.

As vendas líquidas atingiram R$ 1,2 bilhão no terceiro trimestre, queda de 20,7%. O resultado foi impactado pelo reconhecimento das vendas ao programa Pode Entrar, da prefeitura de São Paulo, no terceiro trimestre do ano passado. Sem essas vendas, o volume reportado neste ano teria sido 20,5% maior do que no mesmo período de 2024.

Embora o MCMV esteja rodando de forma positiva, Garcia afirmou que a companhia aguarda atualizações nas faixas de renda do MCMV, prometidas pelo governo nos últimos meses.

A faixa 1, lembra, ainda está com o limite de renda em R$ 2.850, equivalente a dois salários mínimos de 2024. “Teria que ir para R$ 3,3 mil”, afirma, com base no valor do salário mínimo para 2026.

Adaptações na Alea e sinergia

Segundo o diretor financeiro, a Tenda tem condições de cumprir os guidances propostos para 2025, com exceção do guidance de margem bruta ajustada da Alea, que era de 6% a 10%, mas encerrou setembro em 2,2%.

A companhia percebeu que precisa verticalizar a montagem das casas da marca, afirma Garcia, com funcionários próprios, o que exige um período de adaptação. “É muito difícil conseguir mão de obra terceirizada nessas regiões”, diz, sobre as cidades pequenas e médias, que são a especialidade da Alea.

A companhia já reduziu o escopo de cidades atendidas, concentrando-o em três “manchas” geográficas, e pode usar parte dos funcionários da Tenda na produção de casas da Alea.

Isso já vai ocorrer em projeto da Alea em Canoas (RS), que será erguido por equipe da Tenda. Funcionários que montam as formas de madeira usadas nos prédios vão ser treinados para montar as casas de madeira da marca. “Deve ter uma sinergia importante”, afirma Garcia.

No entanto, a empresa vai conviver com obras terceirizadas pelos próximos dois anos, até transacionar totalmente para o modelo verticalizado, afirma, e essas obras estão com margens piores — o que levou a Alea a registrar margem bruta ajustada negativa no terceiro trimestre, de 3,8%.

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